Relatório da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2015 | Page 88
RELATÓRIO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DA ALERJ | 2015 | 87
relatos dos moradores que afirmaram que a troca de tiros foi entre agentes da polícia
civil e de policiais lotados na UPP Manguinhos.
Testemunhas também contaram que no momento do tiroteio, Cristian já tinha se abrigado para se proteger do tiroteio, mas saiu do abrigo para ajudar uma senhora que
tinha caído no chão por conta da confusão. Foi nesse momento, de acordo com os moradores, que o adolescente foi baleado. A família do jovem tinha uma pequena pensão
que servia almoço perto do local da ocorrência da morte do menino, mas parou de
trabalhar por conta da fatalidade.
A Comissão acompanhou a família em todo os momentos. Nenhum integrante da família tinha condições psicológicas de fazer qualquer tipo de reconhecimento do corpo do Christian. Passado o momento do sepultamento, foi efetuado um atendimento
coletivo entre a Defensoria Pública do Rio de Janeiro e a CDDHC Alerj, com a presença
do presidente da Comissão, deputado Marcelo Freixo, em 10 de setembro de 2015. A
família recebeu auxílio jurídico e psicológico e acompanhamento do caso junto a Divisão De Homicídios, tanto pela CDDHC como pela Defensoria Pública.
Na ocasião, Marcelo Freixo, conversou com o delegado titular da Divisão de Homicídios,
Rivaldo Barbosa, sobre as investigações. “Christian é mais uma vítima jovem que o Rio de
Janeiro perde. Agora a família dele precisa ser preservada e cuidada, e é o que estamos
fazendo agora. Pessoas importantes, que estavam na hora do crime, ainda vão depor. E
nós, da Comissão, vamos cobrar passo a passo essas investigações”, afirmou Freixo.
Atualmente, a família é acompanhada por psicólogos da Fiocruz e segue com acompanhamento da CDDHC Alerj e da Defensoria Pública. A Polícia Civil segue com as
investigações sobre o crime na Divisão de Homicídios da capital.
COSTA BARROS: NOVEMBRO DE 2015
Amigos de infância, Roberto e Carlos Eduardo da Silva de Souza, 16 anos, Cleiton
Correa de Souza, 18 anos, Wilton Esteves Domingos Junior, 20 anos e Wesley Castro
Rodrigues, 25 anos, tinham passado a tarde juntos no Parque de Madureira. Na volta,
eles foram surpreendidos e fuzilados por quatro policiais militares na Estrada João
Paulo, na altura da Curva do Vinte, em Costa Barros, subúrbio do Rio de janeiro. De
acordo com nota da perícia publicizada pela mídia, mais de 80 tiros foram disparados
em direção ao carro. Todos os jovens mortos eram negros. Os policiais teriam tentado
alterar a cena do crime. Três deles vão responder por homicídio doloso e fraude processual. A CDDHC Alerj acompanha os desdobramentos do caso.
ROCINHA: DEZEMBRO DE 2015
Uma jovem moradora da Rocinha denunciou ter sido estuprada por policiais do Bope
na manhã de Natal, dia 25 de dezembro. O caso ganhou destaque nos meios de comunicação que reproduziram o relato da vítima que afirmou ter sido abordada por volta