Relatório da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2015 | Page 87

86 | RELATÓRIO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DA ALERJ | 2015
Wesley até no Hospital Municipal Miguel Couto, em um carro particular – visto que nenhum dos policiais prestou socorro à vítima. Em decorrência da atuação da CDDHC Alerj na favela da Rocinha – em diversos outros casos documentados em relatório de anos anteriores, dentre eles: o caso do desaparecimento do morador Amarildo – a Comissão foi chamada para prestar assistência à família de Wesley.
A equipe técnica foi à casa de Wesley e foi informada que o menino precisou passar por uma pequena cirurgia devido o tiro de raspão no rosto. Junto a líderes comunitários, a CDDHC esteve na 11 ª Delegacia de Polícia, localizada de frente para a favela da Rocinha, em São Conrado. Após prestar assistência jurídica à família, a Comissão foi até ao Hospital Miguel Couto para averiguar o estado de saúde de Wesley Barbosa. Conversou com o setor de assistente social do hospital e após ser encaminhada até a direção do hospital, obteve o parecer médico parcial de atendimento do jovem. A equipe prestou atendimento à família de Wesley Barbosa até que ele tivesse alta do hospital. Também foi efetuado um atendimento coletivo à família na sede da CDDHC, no Centro do Rio. A equipe contínua acompanhando e prestando assistência ao jovem.
Por conta desse caso e da recorrência de outras situações de risco à integridade física e psicológica dos moradores, foi realizada uma roda de conversa, em 6 de julho de 2015, entre o deputado estadual Marcelo Freixo, presidente da Comissão, representantes da Unidade de Polícia Pacificadora( UPP) da área, de diretores de escola, pais e demais moradores da Rocinha. O encontro aconteceu na quadra da Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha, situada na Rua 1. A principal queixa foi sobre intervenção policial realiza na Rocinha no mesmo horário de entrada e saída das escolas e creches.
O encontro também contou com a presença da moradora da Fátima Silva, que teve o filho Hugo Leonardo assassinado por policiais da UPP em 2012. Ela expôs a todos a luta que trava para conseguir a responsabilização e reparação do Estado pela morte do filho junto com o Núcleo da Criança e Adolescente da Defensoria Pública.
MANGUINHOS: SETEMBRO DE 2015
Janaína Soares pede:“ Meu filho, acorda! Meu filho, acorda!”. Um pouco antes de desmaiar no momento do enterro do filho Christian Soares Andrade, de 12 anos. Ele foi morto no momento em que jogava bola em um campo de futebol na comunidade de Manguinhos, durante troca de tiros entre traficantes e policiais da Coordenadoria de Operações Especiais( Core) da Polícia Civil e da Divisão de Homicídios, em 8 de setembro, em Manguinhos. A operação teve apoio da Unidade de Polícia Pacificadora( UPP). Imagens exibidas pelo RJTV 7 mostraram que após a morte do adolescente, moradores revoltados cercaram policiais militares aos gritos pedindo“ justiça” e protestaram em algumas vias da região.
7. Disponível em < http:// globoplay. globo. com / v / 4452763 />.
A CDDHC Alerj esteve presente em Manguinhos no mesmo dia da morte do menino de Christian de Andrade, e conseguiu conversar com a família por intermédio de um integrante do Fórum de Manguinhos, organização que atua pela defesa dos Direitos nesta comunidade. A família estava totalmente inconformada. A CDDHC Alerj ouviu