Relatório anual da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2014 | Page 100

O Plano Popular mostra que existe alternativa tecnicamente viável para a permanência daquelas famílias no local em que construíram suas casas. Se contrapõe à proposta oficial de mudança para um conjunto habitacional do Programa Minha Casa Minha Vida, chamado Parque Carioca, situado a cerca de 2km e composto por 920 apartamentos, de dois e três quartos, com área entre 45m2 e 62m2. Por meio de oficinas, reuniões e assembleias gerais, o Plano foi progressivamente construído, traduzindo em termos técnicos, os objetivos, anseios e necessidades dos moradores. Os moradores, na condição de planejadores populares e com uma visão de que moradia não se restringe a um teto, definiram programas de Saneamento, Habitacional, de Infraestrutura e Meio Ambiente, de Transporte e Serviços e de Desenvolvimento Cultural e Comunitário. O Plano resgata a faixa marginal de proteção da lagoa e do córrego de 15 metros (conforme Resolução nº 369/2006 do CONAMA), oferecendo às famílias a serem reassentadas, por estarem muito próximas à orla da lagoa, alternativas variadas de moradia (casas com um ou dois quartos, apartamentos com um, dois ou três quartos), com área entre 66m2 e 93m2. Além disso, propõe a reforma e ampliação da sede da Associação dos Moradores e a construção de uma edificação destinada a uma creche comunitária (até que a Prefeitura instalasse uma creche municipal). Em resumo, o Plano Popular, mais do que uma solução para a urbanização, representa uma forma de se planejar a cidade envolvendo os cidadãos. Ao apresentar alternativas, considerar requisitos técnicos e demandas populares, sempre apresentados de forma aberta para o debate público, propõe a democratização da produção da cidade. Os moradores da Vila Autódromo, acompanhados de sua assessoria técnica, apresentaram o projeto