RELATÓRIO FINAL DA SUBCOMISSÃO DA VERDADE NA DEMOCRACIA AS EXECUÇÕES SUMÁRIAS NO RJ | Page 26

lamentável que crianças tenham sido feridas, mas mais lamentável ainda é o fato de elas estarem sendo usadas por marginais [O Globo, 30/06/87]. Em 07 de julho uma manifestação que contou com cerca de 300 moradores de diferentes favelas do Rio de Janeiro se concentrou na porta do Palácio da Guanabara para cobrar explicações do governador sobre o surto de violência policial que atingia as comunidades da capital. Uma comissão de representantes de favelas da Zona Norte, Oeste, Suburbana e Leopoldina foi recebida pelo assessor especial de Moreira, Rogério Monteiro, que pediu paciência aos líderes comunitários. Rogério alegou que “a violência policial tem realmente que acabar, mas tem vícios acumulados de muitos anos”. Só não explicou porque, ciente desses problemas, o governo estadual liberou as incursões nas favelas, proibidas desde a administração Brizola. Extermínio na Baixada Enquanto crianças e trabalhadores das favelas da capital eram assolados com a guerra declarada pelo governador Moreira Franco aos grupos armados de traficantes, a Baixada Fluminense era varrida por uma onda de chacinas e execuções que remontavam ao período áureo dos grupos de extermínio durante a ditadura. Conforme as execuções ganharam espaço na mídia, Moreira Franco resolveu priorizar o combate aos grupos de extermínio na Baixada. Após uma reunião entre os secretários de polícia e delegados e