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o trabalho parlamentar que você desenvolve, você não tem para si a máquina pública que poderia ser usada para manutenção do seu mandato, de forma que a população pode julgar e analisar o trabalho que o seu parlamentar fez, para desaprovar ou não, dando a ele a condição de permanecer no mandato.
O que você pensa sobre o voto obrigatório?
O voto ele é um direito, não pode ser conceituado como um dever. Eu defendo o fim do voto obrigatório para que ele seja facultado aqueles que desejam participar. Aqueles que porventura não quiseram se manifestar, emitirem de votar em uma eleição, já estão se manifestando por uma antecipação. Então, o voto obrigatório de fato conduz e é uma das engrenagens que movimentam a corrupção eleitoral. Ele é uma das engrenagens que faz que na obrigatoriedade aja o aliciamento, aja a corrupção no eleitoral. Eu acho que o Brasil avançou, hoje tem uma democracia bastante estruturada que permite o voto ser facultativo, ao invés de obrigatório.
Você acredita que exista uma saída para a confusão a qual se encontra a situação da política brasileira?
Eu penso que hoje as pessoas andam muito desacreditadas. Existe uma crise de identidade de representação muito forte e ela se acentua a medida a população passa a entender que existem outros instrumentos de comunicação que não seja a via tradicional do mandato, das câmaras, do senado e do congresso. As redes sociais, o Facebook, o whats app, elas ajudaram muito a população a perceber que ela pode se manifestar por instrumentos que não são tradicionais. Então, assim, eu acho que existe uma crise de identidade e ela não acontece só no nosso Brasil, mas no mundo inteiro. A gente precisa produzir uma maneira de mudar essa representação tradicional trazendo a população para o centro da decisão, para ela se sentir partes das decisões que são tomadas.
O que você pensa sobre a falta de fidelidade de muitos políticos com os partidos?
A fidelidade decorre do sistema eleitoral que nós temos e que precisa ser reformulado. A rigor as regras foram ficando rígidas, as reformas do
que precisa ser reformulado. A rigor as regras foram ficando rígidas, as reformas do Brasil não acontecem pela via legislativa que é normal, ela acontece pelo judiciário, que as vezes no afanho de mudar, até comete exageros, inclusive, decidindo até mais do que a lei diz sobre determinados temas. Então, eu acho que a fidelidade partidária, ela só deva acontecer com o fortalecimento dos partidos. De que forma? Cláusulas de barreiras, fim das coligações, e de outras formas de fazer com que o partido tenha mais força e atuação. A fidelidade só pode vir acompanhada do fortalecimento do partido e de uma reforma política que permita que isso de fato aconteça. Eu não defendo a lista fechada, eu defendo o voto estrital, metade pela lista, metade pelo colégio eleitoral. Porque a gente precisa também ter o representante regional, porque se você colocar tudo no partido a gente vai fortalecer tanto o partido que aí a gente não vai ter presidente do partido, a gente vai ter dono de partido.
O que você pensa sobre as coligações entre partidos com ideologias diferentes?
partidos com ideologias diferentes?
A coligação é um acordo, é um contrato em que se pensa em tudo, menos programa partidário das legendas que se aglutinam. Ela é casuística, inoportuna, geralmente acaba incentivando a comercialização de siglas partidárias, acaba sendo muito perniciosa para a democracia.
Qual reforma política é necessária?
Fim da reeleição, mandato de cinco anos, cláusula de barreiras para diminuir a quantidade de partidos, fim das coligações, voto distrital misto e a manutenção do sistema proporcional para que as minorias sejam representadas.