Raizes, Laços & Língua nº15 | Page 19

Economia - Angola E Livro Branco das Telecomunicações economia do país não apresentar melhoras. Através da rede básica chega-se a todos os pontos do país. O suporte aos operadores privados celulares -091 da Movicel/Angola Telecom e 092 da Unitel - só estão em duas ou três cidades onde a actividade compensa: Benguela, Cabinda, Luanda, Quanza Sul curando apoios financeiros, parcerias, sociedades. Trabalha-se muito com Espanha, França e Japão que exportam os seus equipamentos. Estamos também ligados ao SAT 3 que é a comunicação por cabo submarino. Os países que aderiram a este SAT 3 têm saída para Angola, África do Sul (Cape Town) e Senegal (Dakar). É uma outra saída internacional além da estação terrena via satélite. R: Qual a importância estratégica das telecomunicações? LTR: O Estado vê nas (tele)comunicações um instrumento que pode induzir ao desenvolvimento do país. Estatisticamente existe uma relação linear entre a densidade telefónica (número de telefones por habitantes) e o PIB (Produto Interno Bruto). Se se fizer um esforço para se aumentar a densidade telefónica será um suporte à economia e também um suporte social. O país é todo ele uma prioridade e os problemas têm de ser resolvidos. A legislação actual atrai o investimento privado e o medo do risco já começa a ter menos peso. As comunicações devem ir à frente. A certeza da paz e das potencialidades do país criam um quadro para os privados se interessarem pelos Telecom de Angola. Abrir-se-á um concurso para a venda de certos serviços de telecomunicações, mas com a protecção do angolano. As tecnologias desenvolvem-se para prestar serviços à distância o que tira um pouco o desenvolvimento do país - acção contraditória. Temos sistemas de ponta como o IRIDIO, constelação de mais de 60 satélites em torno da terra que permitem que se telefone para o satélite. Queremos pois as telecomunicações bem instaladas e de boa qualidade em Angola. Presentemente Angola está dentro da média africana em densidade telefónica: 0,6 telefones por 100 habitantes. m Luanda, Clara de Sá-Carneiro entrevistou o Ministro dos Correios e Telecomunicações de Angola, Engº LICÍNIO TAVARES RIBEIRO. Numa amena conversa, a jornalista recebeu uma breve lição sobre a importância das telecomunicações neste país. RAÍZES: Qual o estado actual das Telecomunicações em Angola? Licínio Tavares Ribeiro: O estado das comunicações depois dos 30 anos de guerra como deve imaginar não é dos melhores. As (tele)comunicações que existiam foram destruídas, tendo só ficado 7 ou 8 províncias com (tele)comunicações. Todas as estações à vista desapareceram e só os sistemas com menos presença entre as capitais de província foram poupados. Os sistemas de “Micro” ondas próprias, trans horizontais (que não se propagam via satélite) e que atingem 300 kms, mas que acabaram por ser destruídas. O sistema via satélite que utilizamos a partir de 1992 tem a vantagem da distância no terreno não contar, como é o caso LuandaMalange ou Cunene, mas tem a desvantagem de só se falar para os pontos ou terras principais. Os pontos intermédios não têm comunicações. Entretanto o GURN, Governo de Unidade e Reconciliação Nacional, já aprovou o Livro Branco das Telecomunicações: o Estado assume a responsabilidade de levar comunicações a todos os pontos do país, a preços acessíveis de boa qualidade - é o serviço fixo ou básico. Neste momento é impossível contar com o investimento público, mas libera ????????????????????????????????????????????????????????????????????M??????7?????????????????????????????????????????????????????????????????????