asfalto, outra parte sem, por exemplo), falta de espaços para
lazer (o bairro não tem nenhuma praça ou a tão sonhada pista
de skate), mas também ruas em que os próprios moradores
construíram as calçadas, plantaram árvores, cultivam hortas,
casinhas nas calçadas para cachorros abandonados, casas sem
muro, pequenos comércios nas residências (venda de geladinho,
cosméticos, doces), primeiros moradores do bairro ao lado dos
que acabaram de chegar para habitar os novos condomínios.
A partir desse panorama, os alunos selecionam os temas
das crônicas que compõem este livro. Escreveram, reescrevam,
escreveram de novo. Algumas retratam histórias reais com as
quais os alunos tiveram contato, outros optaram por mesclar
elementos que observaram com o que imaginaram, ou até
mesmo idealizaram.
Chama a atenção, nesse contexto, a importância da
escola para alunos que selecionaram para os seus textos contar
um pouco sobre a história e a convivência com funcionários
da escola. Da mesma forma, houve alunos que viram nessa
atividade uma oportunidade de reconhecer o valor da família,
contando histórias sobre os seus avós, a mãe “batalhadora”, a
mãe persistente na rotina de levar os filhos para a escola.
Alguns “personagens” do bairro também foram
lembrados nesses textos como por exemplo: a dona da
banquinha de doces perto da escola e até um tricampeão de
sinuca, os vizinhos que se uniram e montaram um grupo para
melhorar a segurança na rua.
Também há os temas mais inusitados: o adolescente
que mantém com cuidado um viveiro em sua casa, a própria
18