Pés no Chão Pés no Chão | Page 18

asfalto, outra parte sem, por exemplo), falta de espaços para lazer (o bairro não tem nenhuma praça ou a tão sonhada pista de skate), mas também ruas em que os próprios moradores construíram as calçadas, plantaram árvores, cultivam hortas, casinhas nas calçadas para cachorros abandonados, casas sem muro, pequenos comércios nas residências (venda de geladinho, cosméticos, doces), primeiros moradores do bairro ao lado dos que acabaram de chegar para habitar os novos condomínios. A partir desse panorama, os alunos selecionam os temas das crônicas que compõem este livro. Escreveram, reescrevam, escreveram de novo. Algumas retratam histórias reais com as quais os alunos tiveram contato, outros optaram por mesclar elementos que observaram com o que imaginaram, ou até mesmo idealizaram. Chama a atenção, nesse contexto, a importância da escola para alunos que selecionaram para os seus textos contar um pouco sobre a história e a convivência com funcionários da escola. Da mesma forma, houve alunos que viram nessa atividade uma oportunidade de reconhecer o valor da família, contando histórias sobre os seus avós, a mãe “batalhadora”, a mãe persistente na rotina de levar os filhos para a escola. Alguns “personagens” do bairro também foram lembrados nesses textos como por exemplo: a dona da banquinha de doces perto da escola e até um tricampeão de sinuca, os vizinhos que se uniram e montaram um grupo para melhorar a segurança na rua. Também há os temas mais inusitados: o adolescente que mantém com cuidado um viveiro em sua casa, a própria 18