Prospecta Obras | Page 40

semelhante aos padrões que ele exige hoje, como entrega a domicílio e possibilidade de fazer orçamentos online. O segundo motivo se dá pelo desencontro de informações. As orientações a nível federal, estadual e municipal geram incertezas entre os empresários, que, muitas vezes, se sentem à deriva, sem saber como agir. Nesse sentido, tem sido muito importante a atuação de entidades do setor. Um exemplo é a ANAMACO (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), que, por meio de suas regionais, vem realizando lives e webinars com grandes nomes da construção civil para ajudar a disseminar informações, buscando dar uma luz para as empresas de menor porte, principalmente. A falta de um planejamento para a retomada também preocupa. Tenho conversado com diversos empresários do setor e todos concordam com a necessidade de isolamento, mas gostariam que as ações fossem menos paliativas e mais estruturadas. O resultado de tudo isso é um ciclo vicioso: a queda na confiança dos empresários contribui para a paralisação dos investimentos, que resulta no agravamento da crise econômica. Por outro lado, o momento tem sido propício para o setor se repensar. Idealmente, teríamos feito todas essas mudanças, apostando nos meios digitais e na informatização, sem as demais preocupações que uma pandemia gera, como a manutenção de empregos. Mas vejo os esforços de muitos empreendedores, de todos os portes, criando redes sociais, fazendo publicidade online, indo atrás dos clientes onde quer que eles estejam. Se pudesse resumir as necessidades dos empresários da construção civil neste momento, diria que é preciso diálogo e um planejamento assertivo. Com esse respaldo, que vai além de um auxílio financeiro, por exemplo, esse setor que emprega milhares de pessoas pelo país não correria tanto risco de encolher. É preciso ser criativo e, principalmente, não ficar parado. Assim, será possível navegar nos mares conturbados dos próximos meses.