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Ainda que não fosse um movimento estritamente político, poderíamos dizer que
agora seria enquadrado sem problemas como uma tendência política, mais que
sectária e religiosa, que é como a cultura nos mostra. Sim, os cátaros pertenciam
a uma ordem fechada de homens e mulheres que professavam um modo de vida
assentado em uma peculiar visão do cristianismo, mas com fins políticos, já que
durante sua peregrinação por todo o país para difundir os princípios cátaros, a
grande maioria da realeza Tolosana e o povo occitano converteu-se ao
catarismo. Consolidou-se um Estado, governado de acordo a um inovador
postulado político, que girava ao redor da autonomia social, política, econômica
e religiosa do Languedoc, quer dizer, estritamente falando, os cátaros foram os
criadores do moderno nacionalismo.
Claro que sua doutrina, levada à prática, gerou tremendos atritos com o
suprapoder, constituído, naquele então, pela igreja católica, que tinha a tutela
sobre a realeza, quer dizer, estava acima do Estado, e por conseguinte
controlava o sistema financeiro. A Igreja havia se tornado, paulatinamente, em
uma instância supercapitalista, que projetava conformar uma espécie de banca
mundial, que estaria a cargo de uma ordem especializada, uma espécie de
milícia sacerdotal, conhecida como os Templários, a fim de introduzir o fluxo de
seu enorme capital por meio de novas modalidades de intermediação financeira
e empréstimos.
Como os cátaros lograram “nacionalizar” a religião é uma história fascinante, que
trataremos de expor muito resumidamente. A importância da religião é que
impõe um tipo psicológico de uma coletividade, e essa é a base de seu domínio.
Por isso, os cátaros, se aspiravam à autonomia social, política e econômica do
Languedoc, primeiro deviam controlar os recursos psicossociais, que estavam
nas mãos da Igreja Católica, que, então, no século XIII, impunha o tipo judaico,
adotando a forma do judaico-cristianismo, causando grande mal estar nos povos,
ainda pagãos em sua maioria, que estavam sob sua órbita, depois de sangrentas
guerras de conquistas que forçaram sua conversão obrigatória a esse modelo
religioso.