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1. INTRODUÇÃO Enraizada na sociedade brasileira desde o período colonial, a corrupção se dissemina por todas camadas sociais, mas encontrou morada cativa nas instituições públicas. Os sucessivos escândalos provocados pelos desdobramentos de diversas ações investigativas dos órgãos de fiscalização, sendo a mais notória a Operação Lava Jato, que investiga, desde 2014, o esquema de roubalheira implantado na Petrobras, são alguns exemplos dos inúmeros casos de corrupção ocorridos nas esferas governamentais. O desvio sistemático de recursos públicos que seriam investidos em saúde, educação, habitação e infraestrutura, condena o país ao subdesenvolvimento socioeconômico e aumenta a exclusão social da grande maioria da população. A sensação de impunidade por parte dos criminosos e das empresas que utilizam desta tática para se manterem no poder proporciona a retirada de valores cada vez mais alto dos contratos de serviços pactuados com a administração pública, no âmbito, municipal, estadual e federal​ . Diante desse cenário, o grupo decidiu aproveitar a oportunidade para pensar uma proposta inovadora que emprega tecnologia com o intuito de melhorar a transparência nas contas públicas. De fato, esse é um problema que incomoda muita gente: encontramos diversas e interessantes iniciativas, como projetos que usam aplicativos, sistemas, algoritmos para cruzamento de dados que ajudam a fiscalizar a atuação e o histórico de candidatos e governantes, o emprego do dinheiro público, compras governamentais, cruzamento de dados para identificação de incongruências, reembolsos a parlamentares. E por isso que escolhemos mirar no outro lado: pretendemos colaborar com a transparência pública olhando para as empresas privadas. Ora, a relação promíscua entre público e privado está na raiz dos problemas que enfrentamos nesse campo. Lançar luz sobre essa relação, demonstrar de maneira simples como empresas e governos se relacionam, pode ser esclarecedor. Por um lado, permite que o cidadão avalie com maior subsídio às políticas, os projetos e decisões dos gestores públicos, pensando nos interesses que são atendidos; por outro, permite que faça suas escolhas de consumo de modo mais informado. Pensando nisso, o grupo propõe o desenvolvimento de uma aplicação híbrida - isto é, com versão para a web ​ , responsiva, que pode ser acessada por meio dos principais navegadores de internet, a partir de qualquer dispositivo, e também com versões a serem distribuídas nas lojas Apple, Google Play e Windows Phone - que permite que as pessoas façam consultas para obter informações sobre a relação de empresas privadas com o poder público: doações para campanhas, licitações vencidas, produtos vendidos ou serviços prestados, com identificação dos