Projeto Cápsula Acender uma Fogueira | Jack London | Page 15
rigo. Uma vez mais, contudo, quase rompeu o gelo.
Em outra, pressentindo o perigo, induziu o cão a ir à
frente. O animal não queria ir. Hesitou até o homem
empurrá-lo adiante, cruzando rapidamente a superfí-
cie branca e intacta. Repentinamente, a superfície se
rompeu e ele quase caiu para o lado, mas conseguiu
chegar firmar a pata. Havia molhado os pés e as per-
nas, e quase imediatamente a água que agarrava seus
membros tornou-se gelo. O cão fez um esforço rápi-
do para lamber o gelo das patas e então deitou-se no
chão para morder o gelo que se formava entre os de-
dos dele. Era uma questão de instinto. Se permitisse
que o gelo ficasse lá, teria dor nos pés. Não que real-
mente soubesse disso, apenas obedecia aos comandos
que surgiam das partes mais profundas do seu ser.
Mas o homem sabia, e tendo chegado a um vere-
dito sobre a situação, removeu da mão direita a par-
te de cima da luva sem dedos e ajudou o cão a tirar
os pedaços de gelo. Seus dedos não ficaram expostos
por mais de um minuto, e ficou surpreso ao perce-
ber quão rapidamente ficaram dormentes. Estava
realmente muito frio. Recolocou a luva com rapidez
e bateu a mão no peito com força.
Ao meio-dia, o céu estava no auge de sua clarida-
de e mesmo assim o Sol estava muito longe, seguindo
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