Primeira Edição da Revista Digital 1ª Edição Caras do Soyo | Page 8
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
lhe as carnes todas sem pestanejar que os
ossos acenam com todo gosto. Aquelas
lindas gorduras basaram tipo o kumbu
do fundo. Os Madukis devem saber.
Não. Eles também apanharam poeira. Ai,
aquelas gorduras, proporcionavam-lhe
uma elegância bangã de um angolano
importante!
NO BANCO DE UM
HOSPITAL
Bem. O que se pode vivenciar num banco
do Hospital? A resposta é simples. Nada.
Melhor. Talvez o violento sussurrar das
lamentações contínuas.
Na verdade, são poucos os que esperam
sorrir enquanto esperam sentados no
desassossego. O provável é ver os
“mambodjas” tentarem importunar a tua
busca pela paz. Aqueles lacónicos ápices
de esperança, o anelo de ver os mambus
melhorar.
Ouvir os sons baixos das saudações
escondendo as caldas perante vigorantes
reclamações:
- Aquela enfermeira não tem respeito pá.
- Têm de ir à farmácia comprar: luvas,
picas, seringas e catetos.
- Aqui tudo é comprar?! Minha vida! Nem
parece que é hospital público!
É o avô com a cara de bruxo que diz:
- Sempre foi assim meu filho. Assim será
com os teus bisnetos.
(porras pá!)
Alguém reparou no senhor que um dia foi
gordo. O ano da crise é canibal, arrancou-
Partilham-se informações num cicio dos
Nzambi. Os diabólicos denominam-lhe:
fofoca hospitalar. É mais divertido se for
partilhado com a novela da Zap. Enquanto
isto: Minha filha espera junto de outras
numa cama suja e apertada. Eu e eles
esperamos sentados aqui nesta madeira:
o Banco. Pais sentados nos Bancos da
preocupação, mendigando a atenção da
Sra. Enfermeira que corre na velocidade
que só os camaleões compreendem.
- São sempre assim. Bruxas. Essas tias
não têm corações (…!)
Elas dão mais do que lhes pedem. Agora
criam praça; As Kitandas-hospitalares.
Tens de ter dinheiro ou a tua filha morre
mesmo aí. Para quê ir à farmácia quando
podes gastar mesmo aqui? Aqui, dentro
do hospital de todos. Elas vendem tudo o
que devia ser de graça:
- Essas cabras, aprenderam a comer
onde foram amarradas mesmo recebendo
salário para assim estarem.
(É tudo confuso aqui)
Desonestidade não é nenhuma doença.
Por isso é que nos bancos todos se
acomodam com a desatenção das
enfermeiras. Os feiticeiros não falam de
um antídoto, de um feito para este mal.
É segredo. O desrespeito flagrante à
pauta deontológico dos médicos é algo
normal nos nossos hospitais. Não serão
as enfermeiras, a quem compete os
primeiros socorros, aqueles em que a
saúde se distancia?