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A visão do homem em Chiara Lubich É a realidade do Deus uni-trino: Deus que, na sua única essência – o amor -, desde sempre subsiste como trindade de Pessoas, ou seja, distinguindo-se – justamente por ser amor – no Pai, que é tal porque se doa totalmente ao Filho; no Filho, que é tal porque se recebe totalmente do Pai e, por sua vez, se doa totalmente a Ele; e no Espírito Santo, o amor comum que liga entre si Pai e Filho em perfeita unidade. É o mistério que Chiara perscruta com particular inteligência de amor e que a leva a compreender a relação inter-humana como aquilo que melhor torna visível o rosto de Deus Amor; por isso, quanto mais essa relação cresce e amadurece, tanto mais ela se torna o espaço em que o homem pode conhecer Deus e entrar em contato vital com Ele (cf. Lubich, 2004). Voltando ao texto do Gênesis, observamos finalmente que a realidade humana surge tecida de outra relação essencial: com o todo o cosmos. De fato, tanto o universo quanto o homem, justamente por terem sido formados pelo único Criador, aparecem ambos como fruto da misteriosa expansão do amor de Deus para fora de si mesmo em algo que é distinto de si; é o mistério da vida que Deus dá a todas as coisas graças à superabundância do seu ser, que não é outra coisa senão “superabundância de amor”, isto é, comunicação de si que revela o seu “existir em forma de dom” (cf. Maritain, 1985, p. 100). Ora, o homem constitui o ápice dessa maravilhosa obra, porque ele foi querido por Deus como síntese e coroamento dela. Daqui decorre o mandamento dirigido a ele de “dominar” a terra, convite a ser seu guardião responsável (cf. Gn 1,28), de modo que ela lhe seja morada acolhedora, “jardim das delícias” (cf. Gn 2,8) que frutifica copiosamente. Por isso, todas as coisas da Criação devem ser olhadas e tratadas por nós com o amor mesmo de Deus, ou seja, com um amor 21