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Conclusão
Resumindo o que afirmamos até aqui,
podemos concluir que normalmente os detalhes
descritivos e as imagens, com que um fato (indubitavelmente histórico) é narrado, raramente
são imagens históricas em estado puro, pois,
para a tradição primitiva, o interesse não era
essencialmente jornalístico ou biográfico. Não
raro, a imagem não corresponde a uma lembrança histórica, mas é simplesmente “teologia
visiva”. Se na raiz da imagem há uma lembrança
histórica, tal lembrança é transmitida por ter
um significado para a fé.
Em geral, pode-se dizer que os detalhes
descritivos, se não são meros elementos narrativos (como a caminhada de Jesus ao longo
do mar da Galiléia, em Mc 1,16), estão sempre
a serviço do significado para a fé contido num
determinado relato que, sem dúvida, tem um
fato real em sua origem. A narração evangélica sempre supõe um fato real e se apresenta
não como uma descrição sua, mas como uma
reflexão sobre ele.
Por isso, ressaltamos que a composição
de um relato evangélico foi condicionada por
importantes fatores: o evento pascal, a reflexão
sobre as Escrituras, a atualização para a vida de