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de uma reflexão feita a partir de passagens do Antigo Testamento (cf. Ex 18,25; Nm 31,14 e outros) para ajudar o leitor (avisado!) a entender melhor o significado, para a fé, do gesto de Jesus. O agrupamento recorda a ordem dada por Moisés ao povo de Deus no deserto. Essa ordem foi projetada como expressão da harmonia ideal do futuro povo de Deus; esse povo novo de Deus agora existe, e Jesus o alimenta. Outro exemplo de “teologia visiva” é dado por Mateus quando, no momento da morte de Jesus, acrescentou: Nisso, o véu do Santuário se rasgou em duas partes, de cima a baixo, a terra tremeu e as rochas se fenderam. Abriram-se os túmulos e muitos corpos dos santos falecidos ressuscitaram. E, saindo dos túmulos após a ressurreição de Jesus, entraram na Cidade Santa e foram vistos por muitos (Mt 27,51-53). É um bom exemplo de “teologia visiva”. O evangelista não descreveu fenômenos realmente acontecidos naquele momento. Jesus morreu num dia igual a tantos outros. Mateus utilizouse de imagens (o véu partido, que retoma de Mc 15,38; perturbações naturais e ressurreição de mortos, tomados da literatura apocalíptica) para qualificar teologicamente a morte de Jesus como o fim do “velho mundo” e o início do “novo”. Jesus morto e ressuscitado passa a ser o lugar onde todos os homens podem encontrar Deus diretamente (véu partido); Ele é também o primogênito dos mortos. 23