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a unidade, desejo de deus
Estado líbio, Muammar Kadhafi, e por outros: “O islamismo é a
religião da África e dos africanos”. É preciso poder mostrar que o
cristianismo não é simplesmente um efeito da colonização ou um
vetor do neocolonialismo.
— Qual era a situação no Sudão? Os senhores tinham também
contato com os muçulmanos do país?
Durante essa estada, o Sudão vivia numa certa paz. Mas a
decisão do governo de dividir a região autônoma do sul em três
províncias e de suprimir o Parlamento Regional contribuiu para
a retomada da guerra civil.
Evidentemente, tentávamos travar contatos com muçul
manos. Por exemplo, numa escola noturna para a alfabetização
dos adultos patrocinada pelo Ministério da Educação Nacional
que nos fora confiada, os jovens professores muçulmanos colaboravam conosco. Pessoalmente, eu ia, de vez em quando,
ouvir um xeique num bairro próximo de nossa igreja. Esse xeique tinha criado um círculo de estudos para explicar os textos
muçulmanos. Sabiam que eu era padre, mas era bem acolhido.
Quando chegou a hora de minha partida do Sudão, informei isso
ao xeique e aos responsáveis de seu círculo. O xeique rezou por
mim, implorando a Deus que eu visse a luz e me reconhecesse
muçulmano. Não me senti ofendido, esse homem me desejava
o bem, mas não me tornei muçulmano.
— O senhor voltou para Roma depois dessa estada?
Eu pensava em voltar para ensinar no Pisai, mas fui eleito delegado para o capítulo geral e, depois, membro do Conselho Geral
dos Padres Brancos. Durante seis anos, participei na animação e na
administração de nossa Sociedade Missionária, o que comportava
visitar a África e outros lugares. Tentamos iniciar uma reflexão sobre
o encontro com os muçulmanos, nas diferentes regiões da África