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a unidade, desejo de deus
minhas viagens na África ou na Ásia, usei a gandoura com a cruz
peitoral em vez do rosário. Mas agora tenho uma sotaina branca
para os climas quentes; é mais leve que o hábito. Mas, espero ser
enterrado com o meu hábito de Padre Branco.
— Voltemos à sua formação, que começou no sul da Inglaterra,
como o senhor disse.
Sim. Nesse seminário menor, tínhamos contato com os
Padres Brancos que nos falavam das missões, mais freqüentemente
da África Negra, nas quais trabalhavam. Não havia, naquela época,
praticamente nenhuma discussão sobre o mundo do islã. Tive, em
seguida, de estudar um ano de filosofia na Inglaterra, e um outro
na Irlanda, no condado de Cavan, na fronteira com a Irlanda do
Norte, onde os Padres Brancos tinham aberto um seminário.
Durante o segundo ano, o ecônomo do seminário, que tinha
estudado na Tunísia, falava-nos de seus contatos com os árabes,
e isso despertava em mim um grande interesse. Pedi então para
fazer meu noviciado no berço da Sociedade, na Maison-Carrée,
perto de Argel, mas não fui atendido. Responderam-me que era
necessário fazer meu noviciado em inglês, minha língua materna.
Ora, na África do Norte, todo o ensino era feito em francês.
Fui então para os Países Baixos com os meus companheiros
de seminário. Lá nos encontramos com noruegueses e alemães. Um
ano depois, tive a oportunidade de partir para Cartago, na Tunísia,
para o escolasticado e a formação teológica que durou de 1957 a 1961.
Foi lá que comecei a aprender o árabe literário. Não tive a chance de
aprender o dialeto árabe, como alguns dos meus companheiros, mas
eu saía com eles para encontrar as pessoas nas cidades.
— O senhor já falava o francês?
Sim, comecei a aprendê-lo desde os meus nove ou dez anos.
Essa língua era, de fato, ensinada na minha escola em Walsall.