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um itinerário para o diálogo 7 último em casa. Mas eu não pensava em exercer meu ministério na ­Índia. Alguns meninos da paróquia ingressaram na Sociedade dos Missionários da África, chamados também de Padres Brancos, que tinham uma casa a uns quinze quilômetros da nossa. Era-me então fácil entrar em contato com eles. Foi o que fiz, e fui admitido no seminário menor deles. Em 22 de abril de 1950, parti para Saint-Boswell, na Escócia, onde os Padres Brancos tinham o seminário menor para o primeiro ano de estudos. Eu estava adiantado em escolaridade e me faltavam três meses para concluir o ano em curso. Acharam que era melhor, para mim, conhecer os meus futuros companheiros antes de continuar minha formação no seminário menor de Bishop’s Waltham, no sul da Inglaterra, onde permaneci quatro anos. — Quem são, exatamente, os Padres Brancos? O que os dis­ tingue das outras congregações missionárias? Antes de tudo, não somos uma congregação, mas uma sociedade missionária. Nosso nome oficial é Sociedade dos Missionários na África. É por isso que não fazemos votos religiosos, mas apenas um juramento de obediência ao superior geral. Nosso fundador, o cardeal Charles Lavigerie (1825-1892), quis que fosse assim para que tivéssemos mais flexibilidade do que uma congregação clássica. Na realidade, esse juramento nos engaja numa certa prática da pobreza, porque vivemos em comunidade e, se temos bens pessoais, não estamos autorizados a fazer deles um uso totalmente livre. Uma particularidade de nossa sociedade é o seu caráter internacional, igualmente desejado, desde o início, pelo fundador. Nossa fundação remonta a 1868, em plena época colonial, e Lavigerie não queria que seus missionários fossem confundidos com uma potência colonial. Outra particularidade que remonta também às origens: a fundação se deu na Argélia, de modo que nossa relação com os muçulmanos sempre fez parte de