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Na Luz do Pai
evoca não somente a nossa vida de criaturas, mas também a partilha e a luta pela justiça, a fim de que a terra
e seus bens sejam destinados a todos, segundo o projeto
de Deus. Além disso, na imagem do pão está presente
a Eucaristia, a vida de Cristo para nós, aquele pão no
qual todo o cosmo é reunido e transfigurado e que nos
conduz ao seio do Pai.
Depois, o pedido de misericórdia a Deus, admitindo nossa fragilidade humana, estreitamente ligada ao
perdão que se requer de cada um de nós em relação
aos irmãos e às irmãs. É um gesto que tem sua origem
no reconhecimento de Deus como Pai. Amar inclusive
os inimigos é, na verdade, um dos escândalos da mensagem de Jesus, possível de ser vivido somente a partir
da experiência da paternidade divina.
Enfim, os dois pedidos, “não nos deixeis cair em
tentação, mas livrai-nos do mal”, que traduzem a nossa disposição de nos entregarmos a Deus sabendo que ele, convidando-nos ao risco, quer nos fazer crescer; mas também
a convicção de que ele nos concede sempre a força para
não cedermos às inevitáveis tentações que encontramos em
nosso caminho. Uma confiança que é sólida também por
sabermos que esse Deus é capaz de livrar-nos do mal e do
maligno, pagando com sua vida, como fez Jesus.
De outro lado, como evidencia João Paulo II, o que
existe entre Deus e nós não é um monólogo, mas um
diálogo. Além do mais, “Deus não somente fala ao homem, mas também procura-o”. Cercados como estamos
por tantos ruídos do mundo moderno, como é possível
perceber essa voz?
Deus fala. Este é o grande testemunho de todas as
grandes religiões e particularmente da história da salvação, do Antigo Testamento e — de maneira especial