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I — A “Essência” do Pai
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forma, presente, nesse ato de louvor e de amor, toda a
nossa existência vivida no dia-a-dia como filhos.
Uma segunda característica fundamental é que se
trata de uma oração que, embora possa ser pessoal e feita
na solidão, ela é constitutivamente comunitária. Não é
casual o plural “nosso”, porque reconhecer Deus como
Pai e reconhecer-se como filhos significa também reconhecer os outros como irmãos e irmãs, comprometidos em
viver a fraternidade na comunidade cristã e com todos. É
igualmente importante o destaque “que estais nos céus”.
Evidentemente, não se refere a um lugar, mas indica a realidade de santidade em que Deus está presente. Trata-se de
uma santidade inacessível, porque é o sacrário onde Deus
mora e o seu próprio ser, mas na qual somos gratuitamente
introduzidos por meio de Jesus e pelo dom do Espírito.
Nos pedidos que se seguem, recolhidos pela tradição cristã em dois grupos — os primeiros três, com uma
referência mais direta a Deus, e os outros quatro, com
uma referência explícita à vida concreta do homem —
está resumido, de maneira extraordinária, todo o sentido
da mensagem trazida por Jesus.
“Santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso
reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como o
céu”: a glória de Deus, dizia Ireneu de Lião, “é o homem
vivo”, e a vida do homem “é a visão de Deus”. É esta a
consciência cristã: reconhecer que Deus é Pai significa
pedir, com absoluta confiança, que seja ele mesmo a mostrar sua santidade e fazer vir o seu Reino, não de forma
abstrata, mas concreta, na história. Isto é, fazendo toda
a nossa parte para que o Reino de Deus possa acontecer
concretamente em nosso coração e no mundo onde vivemos, de forma que se realize seu desígnio de amor para
cada um e para a humanidade como um todo.
Seguem-se os outros quatro pedidos que tocam
de perto a existência cotidiana em toda sua concretude.
Primeiramente o destaque do “pão de cada dia”, que