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Na Luz do Pai
Kossei-Kai; no Harlem, Nova York, com os muçulmanos
negros; em Buenos Aires, com expoentes da comunidade
judaica etc. Se o amor de Cristo nos impulsiona e nos
ensina a “viver o outro”, a entrar na sua pele — esta é a
minha experiência —, os corações se abrem e é possível
entendermo-nos, ou melhor, comunicarmo-nos entre nós,
na presença e sob a ação do Espírito de Deus.
Peçamos de coração para que, segundo o desejo
expresso do Papa, “se possam realizar também encontros comuns em lugares significativos para as grandes
religiões monoteístas” (n. 53).
Como de costume, João Paulo II conclui com uma
profunda e cordial referência a Maria. E oferece-a à nossa
contemplação e à nossa imitação, principalmente por meio
de dois títulos, que também me são muito queridos.
Em primeiro lugar, como a “filha predestinada do
Pai […] exemplo perfeito de amor” (n. 54). Se Jesus é o
Filho de Deus feito homem, com quem podemos aprender quem é o Pai e como viver como filhos seus, Maria é
a criatura que realizou perfeitamente em si a vocação à
filiação; ela está diante de nós, é o nosso “dever ser”.
Em segundo lugar, ela é a “Mãe do Salvador esperado” (n. 54), a Mãe “do belo Amor”, como o Papa já
disse em outras ocasiões. E não somente porque gerou,
por obra do Espírito Santo, o Filho de Deus feito homem,
mas também porque, ao pé da cruz, recebeu dele a
missão de ser a mãe de todos nós. Maria é aquela que,
acolhendo em seu “ser nada” de criatura a luz do Pai, a
faz resplandecer no mundo.
É ela que, de modo recôndito mas eficaz, sabe
evidenciar, com a paciência e a sensibilidade de uma
mãe, as sementes de amor depositadas por Deus Pai no
coração de todos os seus filhos, para fazê-las crescer até
sua plena florescência em Jesus Cristo.
Chiara Lubich