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Prefácio 11 ação traçadas pelo Papa: a justiça e a paz, a redução da dívida internacional, o diálogo entre culturas diferentes, o respeito pelos direitos da mulher, a promoção da família e do casamento (cf. n. 51). Mas a revelação de Deus-Abbá, que deve encontrar resposta na vida dos indivíduos e das comunidades cristãs, não pode deixar de chamar a atenção sobre dois fenômenos imponentes que caracterizam nosso tempo e, provavelmente, também o futuro: de um lado, a crise da civilização ocidental e, do outro, o encontro do cristianismo com as grandes tradições religiosas mundiais. Por que, no primeiro caso, o sentido de Deus ficou obscuro? Por que há a sua negação e — hoje, ainda mais — a indiferença? Por que florescem os chamados movimentos religiosos alternativos? São perguntas que não podem ser deixadas de lado, mas devem principalmente favorecer, a partir de uma fé renovada em Deus, o traçado de desenhos de luz e de caminhos de esperança para a humanidade. Sim, Deus é hoje mais atual do que nunca; mas é necessário testemunhá-lo e anunciá-lo por aquilo que ele é: amor. Amor que se manifesta para nós, da forma mais perturbadora e insuperável, no abandono e na morte de Jesus na cruz, vividos na fidelidade absoluta ao amor do Pai e como dom de si aos irmãos “até o fim”. É preciso reaprender, hoje, com Jesus abandonado, a expressar e a doar Deus. É ele o Deus do nosso tempo. Hoje é igualmente essencial o diálogo inter-religioso. O Concílio Vaticano II — principalmente na declaração Nostra ætate, como lembra João Paulo II — abriu o caminho. O Dia Mundial de Oração em Assis, em 1996, foi um símbolo extraordinariamente sugestivo. Agora é a nossa vez. Pode-se dizer que chegou a “hora do diálogo”. Eu mesma fui testemunha disso — e agradeço a Deus — no decorrer de minhas viagens nos últimos anos. Na Tailândia, com os monges budistas e, antes, no Japão, com os membros dos movimentos neobudistas da Risho