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Introdução
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Luigino Bruni
ção (Hans Burckart) à economia empresarial (Mario Molteni), da
história do pensamento econômico (Luigino Bruni) à economia
política (Stefano Zamagni, Benedetto Gui).
Estes ensaios são, antes de mais nada, uma tentativa de começar a dizer, com a linguagem das ciências econômicas, o que é
a EdC, em que consiste a sua especificidade e a sua relação com
experiências semelhantes. Em seguida, procura-se submeter a jovem experiência da EdC à crítica e ao cotejo com os instrumentos
da ciência econômica, com o objetivo de levantar questões latentes,
especificar aspectos e propor soluções. Mas, sobretudo, o que vem à
tona dos ensaios aqui apresentados — muito embora com diferentes
gradações e tons —, é a necessidade de a ciência econômica ampliar
o seu ângulo de visão, a fim de que possa compreender e descrever
na sua peculiaridade um fenômeno como a EdC.
Especialmente alguns autores propõem repensar categorias
de base desta ciência, tais como os conceitos de bem econômico,
bem-estar, racionalidade econômica, de modo a que se compreenda e descreva corretamente o agir de empresas “movidas por
um ideal”. De fato, a EdC — os autores parecem concordar nesse
aspecto — não apresenta novidades importantes enquanto forma
de empresa “diferente” ou “alternativa”; tanto é verdade que a
adesão ao projeto não modifica a forma jurídica nem a disposição
institucional da empresa. O verdadeiro motivo de interesse destas
empresas é serem expressão de um agir econômico da “cultura do
dar” e da comunhão, que muitas pessoas, no mundo inteiro, procuram encarnar na vida cotidiana: suas escolhas de consumo, de
poupança e investimento, escolhas de produção e de empresa. Um
estilo econômico que, nas organizações voltadas para a produção,
é expressa no desejo de conjugar o respeito às regras e aos valores
da empresa a outros valores, motivações e objetivos que podem ser
sintetizados como “cultura da comunhão na liberdade”.
Conseqüência disso é que também devem ser consideradas
potencialmente parte do projeto tipologias organizacionais que
ainda não constam na lista das organizações que aderiram a ele,
embora nada parece impedir sua plena participação, bastando que
alguém, movido pela fantasia e pelo desejo de comunhão, tenha