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pensar mundo unido
suscitam a curiosidade diante da promessa de saciar o desejo
de mergulhar em um universo fantástico, embora irreal,
porque moldado puramente no plano das sensações, das
emoções e dos estados de consciência alterados.
Não podemos negar que existam valores positivos em
muitos desses novos Movimentos, e que estes valores sejam
os responsáveis pelo seu sucesso: a acentuação de instâncias
questionadoras do comportamento individual, como a vinda do Senhor, o sentido de pertencer a uma comunidade,
a ausência total de respeito humano no ato de propagandear
as próprias convicções. E, aqui, poderíamos inclusive nos
questionar, em uma espécie de exame de consciência: até que
ponto o caminho para a sua propagação, em grande parte,
não tenha sido favorecida também pela ausência de uma
maior coerência de vida dos próprios cristãos?
Além do mais, no âmbito católico, dado o escasso número
de sacerdotes no período da colonização (como ainda hoje),
a evangelização do Brasil foi efetuada também por leigos,
cheios de boa vontade mas pouco preparados. Isso fez com
que o ensinamento cristão permanecesse, em grande parte
da população, mais como um verniz do que como uma
substância, mais devoção que vivência.
Tudo isso, somado à situação socioeconômica de nosso
País, que não é nada entusiasmante, leva a compreender
perfeitamente a busca angustiada de algo ou alguém que
possa representar uma “tábua de salvação” em um mar de
problemas que avança sempre mais, ameaçando sem piedade
a própria sobrevivência da grande maioria dos brasileiros.
As Igrejas cristãs se conscientizaram da necessidade de
uma inculturação profunda da fé na realidade do País.
Com relação ao catolicismo, este está presente no Brasil
em dois níveis: o catolicismo oficial e o catolicismo popular.
A religiosidade popular carrega em si profundos sentimentos de fé que se exprimem por meio de símbolos concretos e expressões devocionais.
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