PL: Num período em que as empresas tentam retomar a sua actividade, quais são os maiores desafios pós pandemia?
MV: Tentamos diariamente recuperar as encomendas e os clientes, de forma a minimizar o impacto do confinamento e a minimizar o prejuízo que tivemos durante esse mesmo período. Definimos
também novas estratégias para
angariar novos clientes nacionais e internacionais.
PL: O que sente um empresário
quando surge uma situação
destas, totalmente inesperada,
irresoluta e por tempo
indeterminado?
MV: No início do confinamento
fiquei bastante apreensivo, havia
algumas expectativas da minha parte
em relação aos apoios que o Estado Português iria dar às empresas e que seriam uma mais valia para mim e para todos os empresários. Infelizmente, após apresentarem os apoios e as condições, verifiquei que não estaríamos abrangidos pelos mesmos. Toda esta situação deixou-me bastante preocupado. A empresa atravessava uma fase menos boa e a culminar com isso, surge uma pandemia que iria parar o país e o mundo.
PL: Que tipo de apoio gostaria de ter por parte do nosso Governo nesta fase?
MV: A maioria das empresas, mas principalmente as micro, pequenas e médias empresas ficaram bastante afectadas em termos de tesouraria. Penso que a melhor ajuda que o estado podia dar, seria um conjunto de planos mais abrangentes em termos de condições. Ou seja, para uma empresa conseguir equilibrar as suas contas e para que não houvesse incumprimentos com fornecedores, o Estado devia activar um plano de pagamento ou de moratórias para todos os impostos e pagamentos mensais. Esta opção seria uma mais valia para todas as empresas. Mas não posso deixar de referir que as condições de
Layoff foram também muito
pouco plausíveis, pois no
primeiro mês seria muito
difícil apresentar uma
redução de 40% de
facturação. A não ser
que se fechassem portas
e deixassem todos os
compromissos e poucas
entregas em aberto.
PL: Como analisa o trabalho desenvolvido pela Associação ao longo de mais de 20 anos?
MV: Têm feito um excelente trabalho, a proactividade e interacção com a empresa Vicente & Vicente tem sido, ao longo dos anos, um exemplo daquilo que se pretende/ enquadra uma Associação no seu todo. Não posso deixar de referir o excelente corpo executivo, sempre pronto a ajudar, sempre informado e a informar os seus associados e sempre a dinamizar a instituição.
"... as condições de Layoff foram também muito pouco plausíveis, pois no primeiro mês seria muito difícil apresentar uma redução de 40% de facturação."
.
ENTREVISTA / INTERVIEW
.
OUT./DEZ. | 60
"Tentamos diariamente recuperar as encomendas e os clientes ... estratégias para angariar novos clientes nacionais e internacionais."