Portuguese Lighting Network Issue 13 | Page 12

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ADVERSIDADES E REINVENÇÃO / ADVERSITY AND RENEWAL

DESAFIOS PÓS-PANDEMIA

CHALLENGES OF THE POST-PANDEMIC

O sector de iluminação e a fileira casa têm passado por algumas crises ao longo dos anos, como por exemplo o rebentar da bolha de crédito imobiliário, em 2009, e a pandemia COVID-19 em 2020. Contudo, a crise de 2009 foi muito mais acentuada, comparativamente à crise actual, devido ao facto deste sector andar a par da evolução do sector da construção.

No entanto, para além da dependência do sector da construção, a fileira casa e a iluminação também dependem muito do turismo, da construção e/ou remodelação de hotéis, restaurantes etc. Este facto fez com que o sector fosse duramente atingido pela pandemia, causando uma grande diminuição de encomendas.

Em 2019, o sector português da iluminação exportou 110 milhões de euros e já no primeiro trimestre deste ano registámos uma quebra de 11% das exportações, face ao período homólogo de 2019. Espera-se uma quebra ainda mais substancial no 2º trimestre do ano.

Logo no início da pandemia houve uma paralisação generalizada das encomendas, somente as encomendas existentes e em processo de expedição puderam sem concluídas. O agravamento da situação levou a que cerca de 70% dos nossos Associados entrassem em layoff parcial.

Porém, é importante distinguir a situação da iluminação técnica e da iluminação decorativa face à crise actual. A iluminação técnica não sofreu uma quebra de encomendas tão acentuada, razão que poderá estar ligada à construção que não sofreu um abrandamento tão profundo na crise. Já a iluminação decorativa encontra-se numa posição mais delicada devido à quebra no turismo e nos projectos a ele associados.

As acções promocionais do sector na pós-pandemia irão depender muito da evolução da COVID-19: se a doença abrandar até ao final do ano, será expectável que a confiança de todos os agentes aumente e regresse o contacto pessoal entre fornecedores e clientes, pois há clientes que dão preferência ao cara-a-cara como forma de reforçar a relação profissional. Uma parte dos clientes também continuará a preferir analisar os produtos antes da compra, e, portanto, mesmo com todas as mudanças introduzidas pela pandemia, não podemos nunca esquecer que os clientes terão necessidade do contacto pessoal e de ver pessoalmente o produto. Assim, o retomar quer das tradicionais feiras sectoriais, quer das visitas directas de fornecedores a clientes e vice-versa, ficará dependente da evolução da pandemia a curto e médio prazo.

Caso haja uma 2ª vaga da doença no próximo Outono/Inverno ou caso os esforços na obtenção da vacina se mostrem infrutíferos, continuaremos com todas as mudanças que foram introduzidas pela pandemia, tanto profissionais como sociais.

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11 | OUT./DEZ.