Portuguese Lighting Network Issue 11 | Page 37

Como avalia o sector de iluminação nacional?

Em Portugal o sector da iluminação é constituído maioritariamente por micro e pequenas empresas. Temos um mercado nacional de reduzida dimensão, pelo que é fundamental as nossas empresas estarem cada vez mais viradas para o exterior. As empresas Portuguesas embora tenham uma dimensão reduzida, como anteriormente foi referido, têm à sua frente empreendedores “com garra" e que estão habituados a lutar num mercado muito competitivo, como é o mercado da iluminação. Temos no entanto que promover e desenvolver cada vez mais o associativismo, pois só juntos poderemos vencer os novos desafios num mercado cada vez mais global. Esta necessidade de exportar é algo que já foi compreendido por uma parte significativa das nossas empresas.

Na sua opinião, que medidas deveriam ser tomadas para o crescimento do sector?

O associativismo é sem dúvida um dos vectores fundamentais para o crescimento das nossas empresas. Temos que cada vez mais nos juntar, trocarmos experiências e ideias. O design de produto e o marketing são algo em que as empresas têm que apostar cada vez mais. São investimentos que não dão de imediato frutos, mas a médio/longo prazo irão ser uma mais valia. No sector sabemos fazer bem e com qualidade, mas sabemos pouco sobre como promover o que fazemos. É necessário apoiar as empresas através da colocação de técnicos nestas áreas. Num mercado digital, os websites e catálogos atractivos e modernos são também fundamentais. Numa altura em que o 5G está a aparecer e veio para ficar, a iluminação não pode ficar de fora. É necessário haver um cluster de técnicos, que possam dar apoio às diferentes empresas do sector. As empresas, dada a sua dimensão, não têm poder económico para suportar estes custos, pelo que é necessário o apoio do estado, que terá certamente um retorno significativamente maior do que o investimento efectuado.

Considera que as exportações são cruciais para o crescimento do sector? E para o crescimento das empresas?

Portugal é um país pequeno, pelo que as exportações são um factor muito importante para o crescimento do sector e das empresas. O mercado nacional embora muito competitivo é de pequena dimensão. Sabemos fazer bem, podemos e devemos aproveitar a tendência actual do “Portugal está na moda”, para exportar cada vez mais. Temos artesãos, dominamos as novas tecnologias, somos reconhecidos no exterior pela qualidade do nosso trabalho. As exportações são assim um passo fundamental que as nossas empresas terão que dar.

No caso da Begolux, qual a importância das exportações para a área comercial?

Na Begolux, após termos solidificado a nossa posição no mercado nacional, iniciámos o nosso trajecto no mercado internacional. Temos estado presentes em diversas feiras internacionais, nomeadamente, França (Maison & Object ), Espanha (Habitat ), Alemanha (Light + Building ) e Russia ( Mosbuild ). Temos sido muito bem recebidos por quem nos visita, que por vezes fica surpreso com a qualidade dos produtos e soluções que é por nós apresentada. Esta é no entanto uma corrida de fundo. O mercado internacional está também ele com a presença de muitas empresas, temos que fazer mais e melhor para conquistar os clientes. Este vai ser um caminho que vamos continuar a trilhar.

Muito recentemente, o Eng.º Silva Macieira assumiu o cargo de Presidente da AIPI. O que o motivou a abraçar este novo desafio?

Como falámos inicialmente, a iluminação fez sempre parte do meu percurso profissional. Conheço e ouço falar desta associação provavelmente desde que foi criada (1997). Após a criação da Begolux tornei-me sócio e a associação sempre me ajudou. Abracei este desafio porque senti que seria a minha vez de ajudar, de partilhar o meu conhecimento e de motivar os membros do sector a chegar cada vez mais longe. Está a ser um desafio interessante e motivador. Espero no final do meu mandato termos uma associação mais forte.

Quais as suas ambições enquanto Presidente da AIPI?

Contribuir para o crescimento da AIPI e de cada uma das empresas associadas. Contribuir com ideias inovadoras e com o meu total empenho para o desenvolvimento das empresas associadas e do sector. Gostaria de organizar alguns eventos como workshops, formações ou debates sobre temas como a Inovação na Iluminação.

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ENTREVISTA / INTERVIEW

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