.32 | NOV.
ARTIGO EM DESTAQUE / FEATURED ARTICLE
as suas máquinas, moldes e recursos humanos não é, pois nem tudo é passível de ser produzido.
A Arquitecta Joana Marcelino sugere que é possível um balanceamento “com pesquisa, criatividade e prototipagem. Deve, também, existir uma aproximação estreita com o tipo de indústria que irá executar o artigo para que questões básicas de produção sejam logo sanadas”.
Do ponto de vista do fabricante, a Ana Serrador diz que “com muita criatividade, pesquisa e conhecimento tanto do mercado consumidor como da área produtiva do produto. Um designer nunca pode dissociar um design funcional de um design estético senão corre o risco de desenvolver um produto de engenharia e não um produto de design”. E o CEO da Begolux (fabricante de iluminação), Joaquim Silva Macieira, acrescenta que é preciso um compromisso de parte a parte (designer e indústria), pois há produtos claramente só decorativos e, portanto, produtos conceptuais, assim como produtos para a produção em massa e aí entramos numa parte mais funcional/estética, porque somente a parte funcional não irá vender.
Mas afinal, a criatividade tem ou não tem limites? O Designer Miguel Costa Cabral dá a resposta “Não tem limites e depende do propósito do produto. Uma coisa é a criatividade que é possível fazer para um cliente, outra coisa é a indústria. Agora, a indústria tem capacidade de fabricar até certo ponto, dentro desse ponto não há limites. O design pode ser considerado uma obra de arte, é isso que as pessoas muitas vezes procuram, mas também depende do produto, do material e da indústria, pois ter uma obra de arte a um preço acessível não é fácil. Os mercados vão variando, eu posso fazer uma peça lindíssima em aço e ficar barato, mas se eu quiser fazer em bronze maciço ou latão maciço vai ficar mais caro. É possível passar uma mensagem bonita de design e acessível a vários mercados”.
E como resolvemos o problema no design de interiores? Por um lado, se a decoração não for funcional irá tornar-se um desperdício de dinheiro e muito pouco útil, mas por outro, se o projecto não for esteticamente bonito não será convidativo.
A sugestão da Leila Monteiro (Drt.ª Criativa do Atelier Sabiina Design) é ter em conta quais são os elementos que queremos incluir no espaço e a utilidade de cada um deles. De seguida, podemos dividir a área em diferentes ambientes, dependendo do seu tamanho, e atribuir-lhe uma função específica e quando não houver uma função a desempenhar poderá ser simplesmente aquele destaque grandioso que chama a atenção dos convidados.
Fajno Design - Wooden Clock