OPINIÃO
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Do Outro Lado da Muralha
Direitos Humanos na China
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dezenas de outros manifestantes pacíficos têm sido presos e julgados por exerceram o seu direito à liberdade de expressão. Desde a Revolução que a RPC tem receio de um outro movimento pró-independentista e, por isso, tem reforçado os meios de controlo legal, i.e., manipulando a lei de Hong Kong, para centralizar o controlo na região. Um influente membro do Governo chinês em Hong Kong chegou a dizer que o princípio de "Um país, dois sistemas" poderia ser totalmente abolido pela RPC caso a região não defendesse a soberania da China. Em Julho de 2017, membros do PCC declararam que o "alto grau de autonomia" de Hong Kong já não tinha qualquer significado real para a China.
Para a República Popular da China, 2047 chegou mais cedo. A região perde cada vez mais as liberdades que a tornam tão especial no contexto chinês e as promessas feitas ao Governo britânico aquando da transferência de soberania não se têm verificado. Talvez a Revolução dos Guarda-Chuvas tenha lembrado o Massacre da Praça de Tiananmen em 1989 ao PCC, que teme uma nova revolução, ou talvez este tenha sido o plano desde o início. O que é certo é que Hong Kong está a perder a sua soberania e a RPC já está a controlar a região. Os habitantes de Hong Kong temem a interferência da China nos assuntos da região. A prisão de Joshua Wong, Alex Chow e Nathan Law não foi mais que um aviso para Hong Kong e para o mundo de que a China nunca vai permitir a independência de Hong Kong, nem sequer permitirá o debate democrático sobre essa matéria. Será Hong Kong o próximo Tibete?
«(...) a China nunca vai permitir a independência de Hong Kong, nem sequer permitirá o debate democrático sobre essa matéria»