Pontivírgula - Edição Março 2018 Pontivírgula - Edição de Março 2018 | Page 24

Desapareceu um génio. Stephen Hawking faleceu no passado dia 14 de março, aos 76 anos de idade, na sua casa em Cambridge, devido a complicações da sua muito conhecida doença, esclerose lateral amiotrófica, que lhe veio tirar a vida 52 anos depois do que era previsto. O físico teórico e cosmólogo era conhecido pela sua inconfundível voz robótica e inteligência fora de série, mas o que muitas pessoas não sabem é que Stephen Hawking tinha ainda um grande sentido de humor, que se manteve ao longo de toda a sua vida, apesar de todos os obstáculos que a doença degenerativa de que sofria lhe possa ter imposto.

Tirou o curso de Física na Universidade de Oxford, obtendo o doutoramento em Cambridge quatro anos depois, passando a ser investigador e mais tarde professor na mesma instituição. Os seus interesses giravam à volta da termodinâmica, relatividade e mecânica quântica, sendo que os seus maiores feitos foram a Radiação Hawking, ligada aos buracos negros, Teoremas de singularidade Penrose-Hawking, ligados à relatividade e ainda a sua

conhecida obra "A Brief History of Time: From the Big Bang to Black Holes".

Casou pela primeira vez em julho de 1965 com Jane Hawking, com a qual teve 3 filhos, separando-se em 1991. Casou depois com a sua enfermeira Elaine Mason em 16 de setembro de 1995, da qual se divorciou em 2006. Foi avô 3 vezes e tentava ao máximo conciliar a sua vida pessoal com a vida profissional, pois Hawking tinha a agenda preenchida devido aos seus diversos programas de viagens e conferências.

Hawking foi um ser humano notável não só pelo grande contributo à ciência, mas também pelo facto de, apesar de não entendermos muito acerca do seu trabalho, nos cativar com o seu sentido de humor, a sua força de carácter e a constante luta contra a morte, com a qual se debateu, e que, apesar de nos ter deixado, venceu. Aquele que toda a vida estudou o Universo e as estrelas está, finalmente, entre elas. Nunca mais ouviremos a distinta voz robótica que um dia nos disse para olharmos para cima e não para os nossos pés. Apesar disso, nunca nos esqueceremos de o fazer. Até sempre.

ATUALIDADE

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O adeus a Stephen Hawking

Mariana Carvalho

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