quantidade de simbolismos e intertextualidades com a realidade. Esses efeitos habilitam a construção de significados da parte do receptor cuja função de interpretação é polissêmica e subjetiva, pois lhe é possível realizar hipertextos, ou num contexto virtual, hiperlinks com assuntos pertinentes da nossa realidade cotidiana. O telespectador, ou melhor, o receptor da obra de arte, está em uma posição de conexão com a obra, pois essa discute temas que estão na dimensão social e continuamente referenciando a uma crítica histórico-social, visão essa defendida por Lukácks.
Somado a isso, finalmente, outro tema abordado na série é a maneira em que a sociedade se fundamenta na legitimação do que é bom baseado no nível alto de reputação dado pelas pessoas. O valor que as pessoas acumulam não é por suas virtudes em si, ou conquistas, ou afinidades pessoais, ou pelo fato de serem elas mesmas com suas singularidades e diversidades, mas sim pela maneira que é avaliada em suas redes sociais. Esse conceito dialoga com o discurso de legitimação do que seria uma boa arte, pois se apoia em uma construção histórico-social de seleção e exclusão do que poderia se configurar como arte, sobretudo porque no episódio, os de baixa avaliação são considerados inferiores aos demais. Por isso, posso concluir que o episódio expressa claramente um posicionamento político em relação à legitimação da sociedade do que é bom ou ruim, cumprindo uma função até mesmo “moral” através de sua crítica social.