Além das questões governamentais, a pauta feminista também influencia muito no sucesso da série. Se os direitos das mulheres (ascensão e/ou declínio destes) não estivessem sendo tão discutidos atualmente, talvez a produção não fizesse tanto sentido ou fosse tida como absurda. Em “Quando é arte?”, Nelson Goodman diz que “um objeto pode ser um símbolo [...] em certas épocas e sob certas circunstâncias e não em outras, um objeto pode ser uma obra de arte em algumas épocas e não em outras” (1984, p. 7).
A representação gráfica da série é tão forte que alguns telespectadores se queixaram do excesso de violência na sua segunda temporada. Uma matéria do jornal El País traz alguns relatos dos fãs incomodados, nos quais eles dizem não conseguirem dar continuidade à série por conta da violência explícita contra as mulheres, considerada muitas vezes desnecessária. Elisabeth Moss, que interpreta Offred, criticou tais posições em entrevista ao The Guardian: “Odeio escutar alguém dizer que não consegue vê-la porque é assustadora demais. Não digo isso porque me preocupe ou não que vejam a minha série, não estou nem aí. Mas, sério? Não ter coragem de ver uma série de televisão? Isto está acontecendo na sua vida real. Acordem, pessoal. Acordem.”
Less obvious are the distractions generated by our culture. We are constantly presented with trivial decisions that have nothing to do with human survival or happiness: which toothpaste or soap or shampoo to buy; which movie to see or TV show to watch. Our heads work constantly at the task until the sound of our own hearts becomes as muffled as Offred’s voice. Sometimes we even seek distractions as a respite from the madness inherent in living with the big lies our commanders have taught. The operation of the culture sets us up to use our heads to quiet our hearts. This has political consequences. (p. 149)1
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Taíne rabelo