“Estamos abertas também a mulheres que queiram experimentar viver em comunidade sem a presença dos homens, sem necessariamente terem passado por traumas”, diz Haval (“camarada”, em curdo) Rumaitat, uma militante política ligada ao Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK). “A única obrigatoriedade é abrir mão das relações afetivas e sexuais com os homens enquanto estiver vivendo aqui”, conta ela, celibatária por opção.
A vila, batizada de Jinwar (algo como “terra das mulheres” ou “o espaço da vida”, em uma tradução bastante livre do dialeto curdo kurmanji), é um projeto antigo, mas só começou a sair do papel há cerca de dois anos. Agora quase todas as casas feitas de adobe, no estilo tradicional da região, estão prontas.
Só falta a escola para que a vila possa ser oficialmente inaugurada, dando início a uma experiência diferente de vida comunitária. “Essa é uma ideia transformadora. Queremos mostrar aos homens que as mulheres são capazes de viver sem eles, que são tão fortes e capazes quanto eles. Essa foi a lição que Apo nos ensinou e a estamos colocando em prática”, diz Haval.
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