Patrimônio Cultural de Curitiba 2 | Page 11

Pintura da antiga Igreja do Rosário de Oswald Lopes (1938)

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“Em toda cidade antiga no período colonial brasileiro, com a escravidão africana, sendo os escravos batizados católicos, mesmo à força, construíram eles sua igreja própria, ora dedicada a Nossa Senhora do Rosário, ora a São Benedito” – assim fala o arcebispo de Curitiba sobre a construção das igrejas dos escravos.

Na própria cidade não foi diferente: já no ano de 1737 era inaugurada a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, muito provavelmente provisionada por um bispo do Rio de Janeiro da qual o território em que estava a paróquia de Curitiba fazia parte. Consta nos arquivos da cúria que esta teria sido a terceira igreja que a cidade de Curitiba veio a ter, logo após a igreja matriz (a atual catedral) e a Igreja da Ordem, todas bem próximas umas das outras, já que na época a cidade se limitava às proximidades de onde elas hoje são localizadas. Essa igreja foi construída para que se realizassem nela – e somente nela – os ofícios dos escravos, como missas, novenas e velórios.

Curitiba foi demolida para dar inicio à atual catedral, a paroquia curitibana foi transferida por cinco anos para a igreja dos homens pretos, de 1875 até 1880. Esse período deu à igreja maior importância para o povo curitibano no geral adicionando sua identidade negra à identidade geral do restante da cidade.

A irmandade de Nossa Senhora

do Rosário, tinha seu devido prestígio na cidade, e era conhecida por seus velórios pomposos e ritos que se propagavam entre os confrades. O sincretismo religioso pairava sobre a igreja e os irmãos do rosário, superstições advindas das tradições africanas se mesclavam aos ritos católicos, e davam uma mistura diferente daquela que se conhecia no catolicismo tradicional, com sua ritualística e liturgia quase intransponíveis.

próximas umas das outras, já que na época a cidade se limitava às proximidades de onde elas hoje são localizadas. Essa igreja foi construída para que se realizassem nela – e somente nela – os ofícios dos escravos, como missas, novenas e velórios.

O viajante Auguste de Saint-Hilaire, passando por Curitiba relata que: “As igrejas são em numero de três, todas feitas de pedra. A que mais se destaca é a igreja paroquial dedicada a Nossa Senhora da Luz”. As duas igrejas de que ele escreve são a Igreja da Ordem Terceira e a Igreja do Rosário dos Homens Pretos. Outra menção feita sobre a igreja é de 06 de dezembro de 1762, feita por Dom Antonio Madre de Deus, franciscano, quando o bispo de São Paulo autorizou o sepultamento dos irmãos do rosário, escravos.

Quando a igreja matriz de Curitiba foi demolida para dar inicio à atual catedral, a paroquia curitibana foi transferida por cinco anos para a igreja dos homens pretos, de 1875 até 1880. Esse período , mandade de Nossa Senhora do Rosário, tinha seu devido prestígio na cidade, e era conhecida por seus velórios pomposos e ritos que se propagavam entre os confrades.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos

http://www.memoria.pr.gov.br/biblioteca/index.php?id_biblioteca=22 acesso: 16/11