De acordo com os dados divulgados pelo Disque Direitos Humanos, 38% do total de denúncias registradas em 2019 foram classificadas como negligência.
Impactos da VDCCA à saúde mental
Através da revisão bibliográfica foi possível observar que a VDCCA é considerada um fator de risco significativo para o desenvolvimento infantil, podendo seu impacto envolver sequelas cognitivas, emocionais e comportamentais de curto e longo prazo ou ainda estender-se até a idade adulta (Reichenheim & Hohendorff, 2019).
A literatura também aponta que práticas parentais inadequadas podem desencadear comportamentos agressivos. Corroborando com a teoria, alguns dos textos desta revisão enfocaram a educação coercitiva e ineficiente dos pais como um importante preditor de problemas comportamentais externalizantes (agressividade/comportamento antissocial) e fator de risco para vários transtornos mentais tais como depressão e ansiedade, durante a infância e em fases posteriores da vida. Além disso, Pesce (2009) adverte que crianças com problemas de externalização tendem a tornar-se adultos violentos.
A exposição à violência foi expressivamente associada à transtornos mentais comuns (TMC); abuso de álcool e drogas; ideação e ato suicida; atitudes antissociais e problemas de externalização – especialmente quando combinada com outras desvantagens familiares e sociais como histórico pessoal de vitimização dos responsáveis e baixo nível socioeconômico e profissional, fatores que refletem em menor probabilidade de acesso a estruturas de redes de suporte social, desconhecimento sobre estratégias educativas eficazes e perpetuação de educação coercitiva e/ou reprodução das demais modalidades de violência.
PATHOS / V. 12, n.02, 2020 34
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