O fim do mundo é sentido/percebido de formas diversas. Nossa intenção é registrar que é o mundo moderno necropolítico que desaba sobre nossos corpos e subjetividades. Krenak (2019), ao nos avisar que mundos já acabaram, nos convida a perceber que continuamos, assim como os povos originais, apesar dos investimentos na nossa destruição.
Infelizmente não contamos no Brasil com uma base de dados que possibilite uma leitura aprofundada sobre as violações perpetradas contra a população LGBT. Aqueles lidos como não-hetero-cisgêneros são também marcados pela outridade em relação ao “sujeito de bem”. Até 2019 o crime de homofobia sequer existia, sendo equiparado ao crime de racismo pelo Supremo Tribunal Federal no dia 13 de junho de 2019, alegando inércia e omissão por parte da Câmara dos Deputados e do Senado mediante tal contexto.
Contudo, em consonância com ações mundiais, o Brasil lançou em 2004 o “Brasil Sem Homofobia: Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra GLTB e Promoção da Cidadania Homossexual”, fruto da articulação entre Governo Federal e a Sociedade Civil Organizada. Objetivava promover a cidadania da população LGBT+, pela via da equiparação de direitos e do combate à violência e à discriminação homofóbicas (Brasil, 2004). Dentro do programa de ações do “Brasil Sem Homofobia”, o item 11º volta-se para as bases da política contra racismo e homofobia e elenca a criação de instrumentos técnicos para diagnóstico e avaliação das múltiplas formas de discriminação.
No estado de Pernambuco, o programa começou sendo executado pela ONG Movimento Gay Leões do Norte (Pernambuco, 2014). Após a responsabilidade ser passada ao Governo do Estado de Pernambuco a execução se deu através da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, no âmbito da sua Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos, dando início em 2009/2010, ao processo de implantação do Centro Estadual de Combate à Homofobia.
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PATHOS / V. 07, n.01, 2021 100