Sendo o Brasil um país de contradições, nada mais contraditório do que falarmos em “Brasil, um país de todos” e vermos ainda crianças e adolescentes fora dos espaços escolares. Segundo Bossa, (2002, p. 19):
No Brasil, a escola torna-se cada vez mais o palco de fracassos e de formação precária, impedindo os jovens de se apossarem da herança cultural, dos conhecimentos acumulados pela humanidade e, consequentemente, de compreenderem melhor o mundo que os rodeia. A escola, que deveria formar jovens capazes de analisar criticamente a realidade, a fim de perceber como agir no sentido de transformá-la e, ao mesmo tempo, preservar as conquistas sociais, contribui para perpetuar injustiças sociais que sempre fizeram parte da história do povo brasileiro.
Assumir um compromisso efetivo e não indiferente é o que Bakhtin (2000) chama de ser responsável por nossos atos, assiná-lo, ser responsável por ele em face dos outros num contexto real e concreto, ou ainda, o pensamento tornado ato é um pensamento valorado, um pensamento com entonação e que adquire, ainda segundo a expressão de Bakhtin, “a luz do valor” (1992).
MEMÓRIAS DE ESCOLA: o que dizem os adolescentes em conflito com a lei sobre suas vivências escolares
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PATHOS / V. 10, n.03, 2019 50