Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 10º Volume | Page 47

PERCURSO TEÓRICO METODOLÓGICO

Analisar as práticas escolares daqueles que passaram pela escola, sem a efetivação de um vínculo construído e concretizado em ações consideradas suficientes para a formação de um cidadão crítico, nos permitirá de certa forma, questionar quais memórias os adolescentes que cumprem MSE de Internação apresentam depois do abandono ao ambiente educacional. A intenção foi traçar por meio dos enunciados discursivos dos sujeitos entrevistados uma análise coerente, no esforço de examinarmos o que aconteceu nas práticas escolares destes sujeitos, que os fizeram abandonar o ambiente educacional de forma precoce e os fizeram enveredar por caminhos outros que não o da busca de seu crescimento pessoal e profissional para suas vidas. Enfim, entendermos que papel a escola exerceu na vida desses adolescentes.

A unidade escolhida como lócus de pesquisa foi a Unidade de Internação de Val-de-Cães3 foi “projetada” para atender 20 adolescentes, na faixa etária entre 12 a 17 anos, cumprindo medida em regime fechado, já sentenciados pelo Juiz da Vara da Infância e Juventude. A Internação Sentenciada, determinada pelo Juizado da Infância e Juventude e prevista no Art. 121 do ECA - Estatuto da Criança e Adolescente (Brasil, 1990), constitui-se em privação de liberdade, aonde o sócio educando (termo usado para se referir a estes adolescentes) poderá permanecer por um período que não excederá três anos, em Instituição Socioeducativa de privação de liberdade. O atendimento é dividido conforme os níveis de crescimento dos mesmos, a fim de que seu crescimento pessoal e social seja evidenciado (Brasil, 2012).

(...) Penso que estes números podem ser alarmantes e nos mostrariam o quanto a Socioeducação ainda têm muito a caminhar na efetivação de seus preceitos. Apesar de ter sido uma pesquisa realizada em 2009, suas análises além de atuais são o reflexo dos (des) caminhos

da Socioeducação.