Paradidático - O Outro em Mim Paradidático - O Outro em Mim | Page 33
tantos outros perigos e dificuldades não era nada coerente, ainda mais
pelo fato de que eles iriam sem suprimento algum. Amayal então sentou
em sua cama e chorou.
Dias depois ele estava ali, imóvel olhando para a ilha, imaginando
o que aqueles estranhos estavam fazendo lá, o que estaria acontecendo,
como Montezuma reagiu ao vê-los e se não via perigo naqueles homens.
Mas ele não era tolo, poderia não ter partido logo de início pela falta de
comida, mas certamente não ficaria ali esperando para ver o que
aconteceria. Ordenou a seu irmão que roubasse toda a comida que
pudesse, ele era pequeno e sutil e poderia facilmente pegar alguns frutos
de plantações, até mesmo poderia entrar em algumas casas quando os
moradores estivessem desprevenidos. Era claramente errado, roubar é
um delito grave. Mas qual outra opção tinham? Juntariam o que fosse
possível pelos próximos dias e partiriam depressa. Mas não era só
Yolotzin que estava roubando comida. Amayal apesar de ser menos
discreto não poderia ficar parado diante de tal situação, por isso também
pegava tudo que podia. Ia até as casas vizinhas durante a noite e pegava
o que havia em suas hortas, certamente não tudo para não chamar a
atenção, mas de pouco a pouco seus potes de mantimento estavam se
enchendo.
Viu os homens brancos pela primeira vez no dia chuvoso a algumas
luas atrás, e naquela manhã mais rumores se espalharam, pois,
moradores da vila viram cerca de 38 homens como os estranhos
passarem pela passagem elevada e entrarem na cidade de Tenochtitlan.
Amayal sabia o que aquilo significava, os intrusos estavam se
fortalecendo em número e certamente pretendiam invadir e tomar a
capital. Ele só se perguntava como Montezuma não via tudo aquilo. O
jovem estava perto da janela quando viu uma movimentação incomum,
pessoas começaram a correr para a entrada do vilarejo e começou um