Paradidático - O Outro em Mim Paradidático - O Outro em Mim | Page 30

um grito de terror, grito que cortou o céu e foi ouvido como num passe de mágica por todos os nativos que ali estavam. Lorenzo se sentiu imediatamente acuado, com medo e inseguro. Diante de tantos olhares e vozes desconhecidas para si, ele não teve tempo de pensar realmente no que estava acontecendo. Foi tomado por impulsos, assim como seus companheiros. Um dos soldados da tropa, que estava com um cavalo, tomou a dianteira e se impôs a falar com os nativos. - Nós estamos procurando pelo Cortez, o conquistador! Os selvagens se entreolharam e não falaram nada. E novamente esse soldado repetiu a frase com uma voz mais intensa. - Nós estamos procurando pelo Cortez, o conquistador! E novamente sem resposta. Lorenzo achou que estavam perdidos, tanto que seus companheiros já estavam se armando e exclamando frases como: “peguem suas armas amigos, esse é nosso destino”. Pelas suas contas Cortez já estava ali na capital a mais ou menos 3 meses, se ninguém veio os receber certamente algo estaria errado. Assim, aquela madrugada que começou como mágica, se tornava pouco tempo depois no que parecia o início de uma batalha sem volta. E de repente, sem cerimônias, uma voz forte e imponente pode-se ouvir, era de Cortez, que diz: - Parem, esses são meus amigos, deixe-os passar. E uma voz logo em seguida bradou também, e no mesmo instante, os indígenas abriram caminho para que Lorenzo e os demais passagem entre eles. Lorenzo olhou aquela situação e viu poucos metros à frente um homem de armadura em meio aos indígenas e deduziu ser Cortez. E ele estava certo. Cortez o cumprimentou, toda a tropa, os parabenizou por terem chegados a tempo. Lorenzo se perguntou, a tempo do que? Mas preferiu