Paradidático - O Outro em Mim Paradidático - O Outro em Mim | Page 12

- Eu sou o que preciso ser, eu sou o que eu quero ser! Lorenzo julgou o garoto como uma pessoa normal. Porém cada um tem sua especificidade. E um certo dia, esse jovem demonstrou a dele. Era uma noite calma, a lua refletia como um espelho no mar e a caravela balançava no ritmo suave das ondas. Os tripulantes aproveitando esse tempo bom, começaram a beber. Muitos ficaram bêbados, e destes muitos, foram quase todos implicar com o rapaz. Perguntavam seu nome e esse não falava. Começaram o agredi-lo, jogá-lo contra a parede, chuta- lo e perguntavam. - Porque está aqui? - Ele chorando respondia. - Eu tenho sonhos! - E qual seu sonho? - Encontrar Eldorado! Os bêbados desataram a rir. - Essa criança deve de estar louca! - Ela não sabe que sonhos não existem. Essa história não existe. Você nunca irá encontrar o que procura! - Conversa para pirralho dormir! Lorenzo vendo o rapaz chorando, sangrando e sendo humilhado, não aguentou. Seu sangue ferveu e ele aparentando toda calma possível, pegou uma cadeira encostada na lateral do convés e silenciosamente no meio daquela cena trágica, acertou uma cadeirada no bêbado que estava à frente. Esse caiu desmaiado. Os demais ficaram assustados, pois Lorenzo em todo o percurso não demonstrou ser uma pessoa agressiva. Mas mal sabiam eles que ele era de se compadecer pelo sofrimento dos outros. Olhou para o rapaz fixamente, jogou uma garrafa de rum para ele e lhe disse: - Os sonhos das pessoas.... não tem fim. Todo momento é o