Paradidático - O Outro em Mim Paradidático - O Outro em Mim | Page 11

Viagem A viagem para o “Novo Mundo” foi longa, por volta de três meses em alto mar. Eles já sabiam o caminho, mas o mar ainda era um mistério para muitas pessoas. Muitos se aventuravam clandestinidade na nessas embarcações, arriscavam a vida e se sujeitavam a passar fome, sede e às vezes doenças terríveis em alto mar. O mistério, o enigmático, a incerteza sempre fascinou os homens. Lorenzo sabia disso, e por mais que sua viagem fosse por motivos de necessidade e do acaso, ele também tinha esse espírito aventureiro. O mar era a porta para o desconhecido. Ouviu boatos de criaturas marítimas, mitológicas e de monstros terríveis, como fantasmas, sereias e espíritos de marinheiros mortos. Fala-se muito de piratas, o descreviam como terríveis pessoas, sem escrúpulos, barbaros, moldados pelo mar, homens rústicos que não deixavam ser domados pela civilização. Porém, na viagem toda, Lorenzo não avistou nenhum fantasma, nem uma sereia, pirata ou monstros marítimos. Mas passou fome e sede nos últimos dias da viagem. Durante três longos meses, ele presenciou uma cena que o marcou muito. Um jovem entre 15 e 18 anos foi encontrado a bordo. Era um clandestino, um passageiro indesejável, porém o capitão não o jogou ao mar, permitindo ficar na caravela até avistarem terra firme. Desse jovem ninguém sabia nada e quando perguntavam seu nome, ele respondia que não tinham, quando perguntavam quem você é, ele respondia: