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A descriminalização do Aborto é uma questão de saúde pública
por Letícia Zambon Pacheco e Silva
Dos mais de 50 milhões de abortos induzidos a cada ano, por todo o mundo,
cerca de metade é realizada sem condições de segurança. As interdições ao aborto não
evitam sua prática e somente o tornam clandestino e inseguro. Esse assunto ainda divide
fortemente a sociedade, simplesmente porque cada grupo quer defender seu ponto de
vista.
A mulher que quer abortar, se ela tiver uma boa condição financeira, ela o faz, e
essa é a realidade do nosso país. Para mim, o aborto deve ser descriminalizado por
alguns motivos que são: a mulher tem o direito de não querer ter filhos ou engravidar,
assim como o homem não assume. A diferença está no fato de que o homem não
julgado por esse abandono. Além disso, a descriminalização fará com que o
procedimento seja mais seguro para as mulheres pobres, acabando com o aborto
clandestino. Por ultimo, é válido destacar que o corpo e a vida são da mulher.
Dentro dessa discussão, é importante chamar a atenção para o fato de que o feto
de até 8 semanas não possui o sistema nervoso central ainda, ou seja, ele não sentiria
absolutamente nada, uma vez que não está formado. O fato de a mulher abortar, não é
como um anticoncepcional, a mulher aborta porque sabe que aquele não é o momento
ideal para ela ter que criar uma criança, e que ela provavelmente tomará mais cuidado
para não engravidar no momento indevido.
Portanto, tudo que foi mencionado aqui foi só para explicar que o aborto deve
sim ser legalizado, pois a vida é da mulher, e o aborto já ocorre diariamente, mas
clandestinamente e nas escondidas, ou por falta de recurso ou por medo de ser julgada.
Por isso, mantê-lo como um crime só torna a situação das mulheres mais difícil. Mais
do que julgar a mulher, permitir um atendimento digno a ela em sua escolha é sim uma
questão de saúde pública.