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HBO e o monopólio qualitativo da televisão
por Pedro Rodrigues
Desde seu lançamento em 1972 a HBO vem sendo pioneira em vários setores.
Foi a primeira a ter seu sinal emitido via satélite, a primeira emissora de TV a cabo
norte-americana a lançar um filme com exclusividade para a televisão.
Devido à política própria, a gigante televisiva não tem medo de exibir conteúdo
explicito como: sexo, violência extrema, linguagem obscena, uso de drogas, entre
outros.
A HBO começou a produzir séries originais em 1997 com Oz, que já chegou
quebrando paradigmas, matando seu aparente protagonista no piloto. A série inaugurou
uma tendência nos Canais Premium, de agradar tanto o público, quanto a crítica
especializada. Com a série, a emissora conquistou suas primeiras indicações ao EMMY
Awards, considerado o Oscar da televisão.
Mas foi em 1999, com The Sopranos (Família Soprano no Brasil) que a HBO
conquistou seu sucesso absoluto. Essa série foi uma das primeiras a ter um anti-herói
como protagonista, uma coisa muito comum nas produções televisivas atuais.
Nos anos seguintes, a HBO lançou grandes sucessos como: Sex and the city, The wire,
The Pacific e Bando of brothers.
Dentre as sérias, Lost inaugurou uma nova tendência entre os fãs, a de teorizar e
debater os episódios na internet. Porém, com o fim da série de Damon Lindeloff, a
indústria estava a “procura” de quem seria a nova Lost. Mas quem tinha essa resposta
eram David Benioff e D. B. Weiss, que tinham se apaixonado por uma saga de fantasia
épica não muito conhecida pelo grande publico “As crônicas do gelo e fogo” e foram
em busca do autor para comprar os direitos da obra, George R. R. Martin que vendeu os
direitos e conseguiu um assento como produtor executivo.
Em 2010, com 10 episódios chegava à televisão uma série que
mudaria
a
televisão, Game of thrones, que traria a mesma fórmula HBO, enraizada na violência
extrema, nos personagens sem calhões e no sexo explícito, que veio a ser uma das
marcas da série.
No Brasil, a HBO também fez história, começando a produzir conteúdo original
em 2011, inaugurando a HBO LatinAmerica, que fez séries muito aclamadas, como a
recente vencedora do EMMY International de melhor série dramática, SR. Avila,
produzindo series aclamadas como Filhos do Carnaval, FDP entre outras. Em 2013, a
HBO produziu a série “O Negócio”, que já chegou com a premissa de deixar qualquer
conservador de nervos aflorados, pois trouxe o tema da prostituição, como algo
positivo.
Minha historia como apreciador da HBO começou em 2016. Após assistir à série
Game of Thrones, comecei a procurar por conteúdos mais artísticos e adultos.
As séries da HBO moldaram um perfil que levaram meu gosto por séries por
temáticas mais adultas, como feminismo, violência doméstica, política, história etc. Por
essa razão, a emissora detém o monopólio de qualidade dentro do cenário televisivo. As
séries e, também, os filmes produzidos e exibidos buscam mais a arte que apenas a
futilidade das produções de bilheteria, que nada têm a oferecer além de duas
extenuantes horas de pura explosão. Hoje busco por uma sétima arte que dialogue com
as diversas realidades.