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Nosso passado em cinzas
por Nathalia Angueth Furquim Werneck
O Museu Nacional do Rio de Janeiro era veiculado à Universidade Federal do
Rio de Janeiro e era a mais antiga instituição científica do Brasil e, até setembro deste
ano [2018], era um dos maiores museus de história natural e de antropologia das
Américas.
Mesmo com tamanha importância, em setembro deste ano, este museu sofreu um
intenso e grave incêndio que consumiu a maior parte do acervo de objetos relacionados
à antropologia, mineralogia, paleontologia, etc. Diante dessa tragédia, o que passa pela
nossa cabeça é: O que ocasionou esse incêndio? Foi natural ou criminoso? Caso tenha
sido natural, podemos concluir que ocorreu o descaso do poder público que, além de
não investir o suficiente para preservar a memória do país, desviou recursos preciosos à
sua manutenção. Caso tenha sido criminoso, faltou à sociedade a consciência de que o
nosso futuro depende do conhecimento do nosso passado.
Infelizmente, nossa sociedade não dá a devida importância ao nosso passado.
Nós brasileiros temos uma cultura muito imediatista. Desenvolvimento tecnológico e
econômico é muito importante para uma nação, mas sua identidade é firmada na sua
história, no seu passado e na sua cultura.
Acredito e espero que, a partir desse incêndio, as pessoas possam refletir e
assumir o nosso protagonismo na manutenção da memória, para que nosso passado não
se torne cinzas.