Ocupação Efêmera da FeliS e seus impactos no Centro Histórico. Espaço público e ocupação efêmera | Page 6

da humanidade, em que o Centro Histórico de São Luís foi reconhecido pelo ser de um valor excepcional universal 1 e o entendimento da relevância desta titulação traz uma maior atenção e cuidado, a fim de preservá-lo e protegê-lo. A escolha pelo objeto Feira do Livro de São Luís - FeliS - se justifica pela sua inserção no bairro da Praia Grande, no Centro Histórico, e por apresentar as características de ocupação do espaço público e por ter uma estrutura efêmera física que se encaixa nos padrões de projetos arquitetônicos e por, desta forma, passar por todos os trâmites e processos desde concepção projetual até às instituições que regem as normas técnicas, fiscalizam a execução e conduzem os princípios da nossa profissão para chegar à concretização do projeto, sendo a montagem da feira. A FeliS chega a sua 10ª edição em 2016 mantendo como seu objetivo principal alimentar a produção criativa para mediar a leitura, assim como, ocupar os espaços que são culturais e patrimoniais do Centro Histórico. A FeliS destacou-se em suas últimas edições pela ocupação de diversos espaços lineares e não lineares, como a praça Maria Aragão, o Convento das Mercês e o bairro da Praia Grande, no Centro Histórico de São Luís. Bairro este que se caracteriza por conter uma forte influência em suas edificações de arquitetura tradicional portuguesa. Este trabalho considera a edição de 2016 para as devidas análises estruturais e conceituais que cabem à Arquitetura e ao Urbanismo, destacando-se os impactos gerados no Centro Histórico e nas pessoas. O Centro Histórico é uma área na qual se inserem diversos usos com predominância de Instituições e Órgãos públicos, como o Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, teatros, museus, feiras, comércios, serviços e algumas residências, hotéis e pousadas. Em 2016, este espaço foi tomado pela ocupação efêmera que é a Feira do Livro de São Luís, tendo duração de sete dias. Desta forma, observou-se que o cotidiano do Centro Histórico é marcado por dois momentos distintos: 1) a ocupação dos espaços durante os cinco dias úteis da semana, quando as atividades institucionais são realizadas, tendo por este motivo uma demanda de pessoas transitando com frequência pelas ruas e edificações; 2) ocupação aos fins de semana, período em que ocorre um perceptivo esvaziamento devido à ausência das atividades laborais e comerciais que o movimentam. Nestes dias registram- 1 Expressão utilizada pela UNESCO para denominar os lugares que fazem parte da lista do Patrimônio Mundial.