desvinculado da posição de dominador
A professora de Arquitetura da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Olivia Maia traz em suas falas Informações sobre o fato da Cultura do estupro está enraizado na nossa sociedade e a relação entre cultura do patriarcado e a cultura do estupro.
“Ela está enraizada desde o primeiro ano de vida das crianças até o último dia da nossas vidas na forma com que são pautados os estereótipos de gênero desde o nascimento de uma criança e como são tratados os meninos e meninas da nossa sociedade, nas formas de comportamento, menino tem uma negação dos sentimentos a menina é instigada a ser sempre muito cordial e acaba tornando as meninas presas muito mais fáceis, o tratamento dos dois gêneros na forma cultural de representação desses estereótipos na nossa sociedade que faz isso, então a medida que você trata uma menina pra que ela seja dócil, passiva, sempre muito educada, a gente faz com que essas nossas meninas não conseguem dizer não, não consigam entender os próprios limites e saber onde as pessoas estão se excedendo isso emocionalmente e fisicamente, então aqui já podemos encontrar as raízes de relacionamentos abusivos, seja de uma maneira bastante subjetiva psicológica até a violência física e os meninos são muito instigados a mostrar
que lhe fosse escolhido, as escravas deveriam ter relações com seus senhores sem reclamar, assim as próximas gerações foram surgindo e seguindo os mesmos ideais, a dominação masculina hoje, ainda se faz presente em casa, no trabalho, nas ruas, em todos os lugares e inúmeros são os relatos de violência tanto física, psicológica e moral.
Para Ana Franco Jornalista por formação que atua hoje como assessora de imprensa/comunicação, as interpretações e consequências em relação à vítima e o agressor mais frequentes quando se fala de estupro são:
“Considerando que, na grande maioria das vezes a vítima é uma mulher e o agressor é o homem, esta mulher é colocada na posição de sujeito do crime (que provoca o ato) e o homem é comumente justificado socialmente pela naturalização dos seus "instintos" e por ter sido provocado pela vítima. A consequência é a naturalização da violência, legitimando o homem como detentor do corpo da mulher e reforçando a inversão dos papéis impostos pelo patriarcado, que dita a submissão e a culpabilização da mulher em quaisquer circunstâncias.”
Ana Franco ainda completa que para mudar o imaginário envolto sobre o estupro de modo a reabilitação da pessoa que sofreu abuso sexual é necessário que
“Os papéis sejam desconstruídos, para que a vítima e o agressor sejam colocados em seus devidos lugares. Depois precisam ser desconstruídas também as questões de gênero, para que a mulher seja desvinculada da posição de submissa e o homem seja desvinculado da posição de dominador
Ana Franco, jornalista atuante como assessora de imprensa. e militante no coletivo de mulheres negras Ajunta Preta.