O queijo de coalho em Pernambuco: histórias e memórias | Page 81
A VALORIZAÇÃO DO QUEIJO DE COALHO DO AGRESTE DE PERNAMBUCO
(superior) Pastilha caseina aplicada em cada
queijo para rastreamento:
Selo de Indicação Geografica (Denominação de
origem) do queijo St Nectaire:
- St Nectaire: nome do queijo
- 63 representa a região
- Fermier (produzido na fazenda comleite cru)
- NJS: identificação do produtor
- 33293: identificação da peça de queijo
(esquerda) Maison du Lait, na França
(direita) 2004: Missão a França com Produtores
e Técnicos de Pernambuco
Em 2004, foi organizada uma missão à França com objetivo de conhecer
experiências de produção, no que concerne a tecnologia do leite e do queijo,
bem como os procedimentos técnicos de
concessão de selo de qualidade aos produtores de laticínios via sistema de valorização dos queijos artesanais, baseados
no sistema de certificação de denominação de origem controlada (DOC), com
padrão europeu. A missão foi composta
por 15 representantes do Estado de Pernambuco, sendo oito do setor produtivo
e sete do setor institucional.
A programação da missão contemplou a descoberta da área geográfica da
DOC St Nectai re, um dos quatro maiores
queijos de denominação da França, em se
tratando de volume e faturamento. Esse
queijo tem a particularidade de poder ser
fabricado com leite cru ou pasteurizado.
Durante a missão, foram realizadas
reuniões e visitas técnicas. O último dia
da missão foi comprometido com a elaboração de um plano de trabalho pelos
integrantes, principalmente os do setor
produtivo, visando a inserção do queijo
de coalho num princípio de valorização
do produto a partir de um sistema de
Indicação Geográfica. As principais linhas desse plano de trabalho foram inseridas numa carta chamada de Carta
da Auvergne (nome da região onde está
produzido o queijo St Nectaire).
Em 2005, o plano de trabalho do
conteúdo da Carta da Auvergne foi inserido dentro de um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep),
visando o desenvolvimento da agricultura familiar ligada à pecuária leiteira.
O projeto, intitulado de Sustentabilidade da Cadeia Agroalimentar do Leite de
Base Familiar em Pernambuco, foi aprovado por meio do convênio entre Finep
e Itep (Nº 01.05.0158.00), com recursos
de R$ 322.832,50.
O projeto previa a seleção de dez
unidades pilotos na região do Agreste
(com prioridade para quem participou
da missão à França, em 2004). Cada unidade deveria ser adequada aos padrões
exigidos pela vigilância sanitária. Cada
uma delas ainda ficou responsável por
selecionar 100 vacas a serem identificadas, vacinadas e sujeitas a um controle
leiteiro mensal.
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