O queijo de coalho em Pernambuco: histórias e memórias | Page 55
O TRAJETO DO GADO E O POVOAMENTO DOS SERTÕES: Produção de queijo no interior do Brasil
"...empregando a pasteurização conscientemente praticada, determina a anulação do perigo..."
Importante também destacar a luta
contra a tuberculose bovina, com sacrifício dos exemplares doentes. Essa foi
uma medida essencialmente onerosa,
num meio onde era alta a percentagem
de animais infeccionados e onde não
existia o seguro obrigatório do gado, e
que não pareceu oferecer resultados de
grande alcance prático. Com o regimento a que eram submetidos os bovinos de
nossas vacarias urbanas e suburbanas,
qualquer animal sadio corria iminente
risco de contrair a doença. Os logradouros onde vivia o gado, em geral, eram
exíguos. Entretanto, com a centralização do comércio do leite, já não sendo
mais necessário o controle do produtor
sobre a distribuição do produto, muitas
das vacarias da cidade, com grande conveniência para economia da exploração
e para a sanidade do gado, foram levadas para mais longe de centro. Além do
grande aumento no consumo, devemos
não esquecer que a higienização do leite,
empregando a pasteurização conscientemente praticada, determina a anulação do perigo decorrente de infecções
oriundas do gado tuberculoso.
A preocupação do governador Estácio Coimbra, também no final dos anos
1920, levanta a questão de se ter profissionais especializados em cuidar do gado
e da qualidade do leite em Pernambuco,
para que esses, devidamente bem cuidados, pudessem produzir leites e queijos
de boa qualidade. Veremos, nesse trabalho, como essa passou a se constituir como
uma preocupação a mais no atual Agreste
de Pernambuco. Assim, haveria equivalência às principais capitais do País.57
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