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A ESCOLA ANTES DO APARECIMENTO DA INTERNET
O professor era o transmissor de conhecimento. Na maior parte dos casos não havia qualquer ligação afetiva aos professores, principalmente aos professores da escola primária. O professor era o mestre, o instrutor. A educação era dada em casa e qualquer recado para casa seria sempre uma má notícia, pois em casa o correctivo era ainda maior do que tinha sido na escola.
Existia uma total partilha de valores entre a família e o professor. Ainda me lembro de ouvir o meu pai dizer quando me entregava ao professor, que se fosse preciso “ já sabe!”. Importa perceber o que estava implícito naquele «já sabe!».
Acesso à educação a partir do liceu era apenas para os mais favorecidos. Havia uma seleção natural de processos: os filhos dos ricos, faziam o exame de admissão ao liceu. Os filhos dos pobres, tinham como horizonte a escola industrial ou a comercial. Isto quando continuavam os estudos. Tinham de se esforçar o dobro. Os que se esforçavam, eram acolhidos na sociedade de forma natural.
O 25 DE ABRIL E AS ALTERAÇÕES DO SISTEMA
Com o 25 de abril deu-se a abertura da escola a todos. Escolaridade obrigatória primeiro até ao 6.º ano, depois 9.º ano e agora até ao 12.º. Houve uma massificação de processos, de alunos, de professores, de escolas.
Embora os benefícios sejam inegáveis e não estejam em discussão, importa também dizer que os anticorpos criados por um regime político de mordaça, não permitiu que a evolução para um regime democrático acontecesse gradualmente e suavemente. Tudo o que pertencia ao antigamente tinha de desaparecer. E se havia muita coisa que tinha naturalmente de desaparecer, havia outras coisas que nunca deviam ter desaparecido. E desapareceram.
Neste processo houve uma necessária adaptação de bitolas de avaliação, por um lado uma simplificação, por outro uma liberalização que, devido ao facto de o nível social e cultural ser mais diverso e as turmas mais heterogéneas em termos de conhecimentos, de representações e de expectativas, acabou por ir gerando o fim do domínio da autoridade. Nunca se percebeu a diferença entre autoridade e autoritarismo.
O APARECIMENTO DA INTERNET
Com o aparecimento da internet o acesso ao conhecimento democratizou-se na medida em que se tem vindo a tornar possível mesmo àqueles que não têm tantas posses, o acesso a informação e a bases de dados de conhecimento, o que favoreceu a homogeneidade do conhecimento difundido, que é cada vez maior.
Tornou-se um dado adquirido que as escolas tivessem primeiro uma sala de informática, depois uma rede informática com a internet centralizada na biblioteca da escola, e com a difusão da Net na escola a partir de 1996, a velocidade de utilização tornou-se incontrolável. Hoje em dia seria impensável que as escolas deixassem de ter internet, visto que a comunicação inter-escolas e com o ministério também já se faz via internet, com preenchimento e acesso a dados online.
Qualquer escola hoje em dia dispõe de quadros interativos, de salas de informática e ultimamente o problema gerado com o corte do acesso a algumas plataformas e redes sociais apenas dá indicações relativamente ao que acontece nas escolas. Vi poucos professores queixarem-se do impedimento de acesso em sala de aula, mas vi alunos a queixarem-se de não poderem aceder às redes sociais como Instagram e Facebook a partir dos seus Smartphones.
AS NOVAS TECNOLOGIAS
Este termo tem sido largamente utilizado, tendo-se transformado já numa sigla com utilização em